Especialistas discutem estratégias para a agropecuária do futuro

Fonte: Assessoria/Gisele Rosso

Especialistas discutem estratégias para a agropecuária do futuro
Dia de campo apresentou estratégias sustentáveis ​​de produção agropecuária Foto: Gisele Rosso

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é vista como uma ponte para a agropecuária do futuro. Os desafios e estratégias para colocar em prática esses modelos mais sustentáveis ​​de produção foram destacados durante o X Simpósio de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), em São Carlos (SP). O evento terminou com um Dia de Campo para demonstração dos sistemas integrados, nesta sexta-feira, 05 de dezembro, na Embrapa Pecuária Sudeste.

Para o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Maurel Behling, esses modelos oferecem uma peculiaridade mais eficiente, com qualidade ambiental e potencial de monetização via mercado de carbono. Contudo, barreiras como o alto investimento inicial, a complexidade operacional e a dificuldade de acesso ao crédito ainda impedem sua ampla adoção.

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O grande desafio, segundo Behling, é aumentar a adoção do componente florestal na integração. “Embora exija mais cautela e detalhe no manejo, a árvore oferece o maior ganho ambiental, permitindo a neutralização de Gases de Efeito Estufa (GEE), algo que só é possível em arranjos com esse componente. Mas, para o produtor, o componente arbóreo tem que agregar, ser um negócio interessante que traz retorno financeiro. Muitas vezes pensamos no componente florestal apenas pela sombra ou pelos serviços ecossistêmicos, mas isso é um bônus do processo. A árvore também deve agregar renda para o pecuarista”, explica.

Em relação às previsões econômicas, a pesquisadora Marcela Vinholis, da Embrapa Pecuária Sudeste, demonstrou com dados que os sistemas integrados são lucrativos. De acordo com ela, foram realizadas análises econômicas considerando cenários diferentes (mais e menos desenvolvidos) de preços para a pecuária e para o milho. As simulações demonstraram que, além do ganho de produtividade e do aumento da taxa de lotação nesses modelos, foi possível gerenciar o risco das variações econômicas que podem ocorrer no decorrer do tempo.

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Durante o Dia de Campo, o pesquisador Emerson Borghi apresentou como converter pastagens degradadas inserindo trabalho e pecuária nas propriedades para fornecer, no mesmo hectare, soja para produção de grãos e, em seguida, uma pastagem de alta qualidade. A demonstração aos participantes foi realizada em uma Unidade de Referência Tecnológica para recuperação de pastagens degradadas que está sendo implantada pela Embrapa Pecuária Sudeste em parceria com a Baldan Implementos Agrícolas.

Os especialistas também discutiram temas técnicos da ILPF, saúde do solo e impactos no bem-estar animal, na reprodução e na produtividade.

A organização foi da Embrapa Pecuária Sudeste, do Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (GELQ) da ESALQ/USP e da Rede ILPF.

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Jornalista formado (DRT 0001781-MT), atua no CenárioMT na produção de conteúdos sobre política, economia, esportes e temas do agronegócio em Mato Grosso. Com experiência consolidada na redação e apuração regional, busca entregar informação clara e contextualizada ao leitor. Aberto a pautas e sugestões. Contato: [email protected] .