Na manhã desta quarta-feira (6), a Polícia Federal deflagrou a Operação Bilhete Premiado com o objetivo de desmantelar um grupo criminoso que utilizava casas lotéricas para lavagem de dinheiro em Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda.
A ação resultou no cumprimento de 10 mandados judiciais de busca e apreensão, além do bloqueio de bens móveis e imóveis que totalizam até R$ 106 milhões. As investigações apontam para o uso das casas lotéricas como fachada para dissimular a origem ilícita dos lucros obtidos em atividades criminosas, incluindo corrupção e tráfico de drogas.
Entre os investigados por esses depósitos ilegais, estão indivíduos que já foram alvo de operações anteriores da Polícia Federal, como a Operação Ararath, que investigou o esquema de “mensalinho” na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, e a Operação Hybris, que combateu o tráfico internacional de cocaína na região de fronteira com a Bolívia.
As investigações revelaram depósitos milionários em espécie, os quais não condiziam com o patrimônio declarado pelos depositantes. No esquema de lavagem de dinheiro, era comum que os valores fossem sacados no mesmo dia ou nos dias subsequentes aos depósitos, dificultando o rastreamento pelas autoridades competentes.
A apreensão de bens e valores segue as diretrizes de desmantelamento do crime organizado e contribui para a identificação dos envolvidos e beneficiários da lavagem de dinheiro. O crime de lavagem de bens, direitos e valores prevê pena de reclusão de 3 a 10 anos, além de multa, conforme estabelecido no artigo 1º da Lei 9.613/98.