Após tiros, equipe de fiscalização flagra desmatamento ilegal em Mato Grosso

Equipes apreenderam um maquinário, três motosserras, duas armas de fogo, e conduziram um suspeito para a delegacia

Fonte: CenárioMT

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O som da motosserra, que derrubava árvores para bloquear a estrada e o acesso da equipe de fiscalização da Operação Amazônia a um alerta de desmatamento, e os tiros de arma de fogo, chamaram a atenção da força-tarefa que atuava na última terça-feira (20.07) na Estação Ecológica do Rio Roosevelt, localizada no município de Colniza em Mato Grosso.

Criminosos utilizaram a tática para intimidar as equipes de combate aos crimes ambientais. Logo na entrada da Estação Ecológica, a placa de sinalização mostra marcas de bala como sinal de conflitos que marcam a região.

Mesmo com as represálias, as equipes intensificaram a Operação Amazônia, e com reforço das forças de Segurança, acessaram o interior da mata fechada, e realizaram o flagrante do desmatamento ilegal.

A identificação por satélite da alteração da vegetação indicou o local exato do desmatamento. De posse das coordenadas, as equipes fizeram a apreensão de um trator esteira, condução de um suspeito à delegacia, a apreensão de três motosserras e duas armas de fogo. Na ocorrência, soldados do Exército Brasileiro, juntamente com a Polícia Militar, utilizaram um caminhão para desobstruir o caminho que foi bloqueado por árvores cortadas.

Ao chegar no local do desmatamento ilegal, foi identificado um suspeito portando uma motosserra sem registro. Em seguida, no barraco utilizado como alojamento pelos infratores, foram localizados mais dois suspeitos com armas em punho, que evadiram do local apontando o armamento para a Polícia Militar e homens do Exército que fizeram a abordagem.

Após a evasão dos suspeitos, foram realizadas buscas na mata, onde foram encontradas as armas de fogo e munições intactas e deflagradas. Nas proximidades, foi localizado um caminhão esteira que estava sendo utilizado para extração irregular de madeira, e foi removido para o pátio da Sema-MT. Também foi apreendido animal silvestre abatido.

No mesmo dia, outra equipe montou uma barreira na rodovia MT-206 com objetivo de identificar pessoas ligadas aos danos causados na área protegida por Lei ambiental. Durante a abordagem foram apreendidas armas de fogo e munições. As armas apreendidas foram uma pistola calibre 380 com carregador e munições intactas, um revólver calibre 38 com munições intactas e uma arma produzida artesanalmente calibre 22 e munições.

Colniza é o município que mais desmata em Mato Grosso, onde historicamente há confronto e intimidação às ações de repressão ao crime ambiental e fiscalização realizadas pelo Estado. A Estação Ecológica do Rio Roosevelt é uma reserva de proteção integral de cerca de 96 mil hectares, do Bioma Amazônia, gerida pela Sema-MT.

Operação Amazônia

A operação Amazônia integra órgãos estaduais e federais, sob coordenação da Sema-MT, para coibir crimes ambientais, monitorar e fiscalizar mudanças na vegetação, promover o embargo de áreas, apreensão e remoção de maquinários flagrados em uso para o crime, e a responsabilização de infratores.

Os 10 municípios que mais desmatam são os principais alvos das ações coordenadas pela Operação Amazônia. São eles: Colniza, Nova Bandeirantes, Aripuanã, Peixoto de Azevedo, Apiacás, Querência, União do Sul, Marcelândia, Juara, e Rondolândia.

O Estado de Mato Grosso já aplicou mais de R$ 808 milhões em multas ambientais neste primeiro semestre, por meio da Operação Amazônia. A ação faz parte da política de tolerância zero aos ilícitos ambientais determinada pelo governo.

Integram a iniciativa as Secretarias de Estado de Meio Ambiente, de Segurança Pública, o Exército Brasileiro, Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Corpo de Bombeiros Militar (CBMMT), Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Ministério Público Federal (MPF) e Ibama.

 

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