Número de devedores ultrapassa 1 milhão em Mato Grosso

Fonte: Jornal A Gazeta

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A inadimplência cresceu 7% em Mato Grosso nos últimos 12 meses. De acordo com apuração do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), número de inadimplentes chegou a 1,1 milhão de pessoas em julho. O atraso no pagamento das dívidas é uma das consequências do aumento do desemprego e de perda na renda das famílias durante a pandemia e um dos principais entraves para o reaquecimento da economia.

Segundo o SPC, os setores com maior índice de inadimplência são bancos, com 31,6%, seguido por comércio (31%); água e luz (16,7%) e comunicações (13,6%). Entre os devedores, a maior parcela tem entre 30 e 39 anos de idade (26,3%), seguida da faixa etária de 40 a 49 anos (21,4%).

É uma situação que as pessoas enfrentam devido às dificuldades encontradas para se colocar no mercado de trabalho e, às vezes, por falta de planejamento financeiro. O idoso Manoel Pinto, 67, é um exemplo. Ainda não conseguiu se aposentar e trabalha como autônomo, fazendo “bicos” eventuais em jardinagem. Durante a pandemia, a procura pelo serviço reduziu e quitar as contas ficou em segundo plano diante de manter as necessidades essenciais. “Já era difícil, mas agora está muito parado. Para sobreviver, só com a ajuda de Deus”, desabafa.

Há um elevado número de pessoas em condições parecidas. O número de desocupados cresceu 16% no 2º trimestre em Mato Grosso, saltando de 156 mil para 181 mil. Além disso, 10% dos trabalhadores do setor privado (64 mil) perderam o emprego, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não há dados atualizados quanto à renda média, que já acumulava queda de 3,8% nos últimos 2 anos, no 1º trimestre.

O economista Emanuel Daubian explica que a pandemia deixou os trabalhadores informais ainda mais desamparados. Enquanto os formais recebem o seguro-desemprego, os informais perdem totalmente a sua fonte de renda ao serem impedidos de trabalhar. “Esse desamparo leva, em consequência, ao aumento da inadimplência, sem a fonte de renda para pagar as despesas mais básicas, como água, energia e as prestações de boletos e cartões”.

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