A Rumo Logística, maior operadora ferroviária do país, vai manter o ritmo de investimentos no setor ferroviário, afirmou o CEO Pedro Palma nesta segunda-feira, 4, durante o AgroForum promovido pelo BTG Pactual. Após investir R$ 30 bilhões em infraestrutura desde 2015, a continuidade dos aportes dependerá da expansão da produção agrícola e das condições econômicas do país, segundo Palma. Durante sua participação, ele assegurou a chegada da Ferrovia Estadual a Lucas do Rio Verde dentro do cronograma anunciado no lançamento do projeto.
Entre os principais projetos em destaque está a construção da Ferrovia Estadual de Mato Grosso, que contará com 700 quilômetros de extensão, ligando o polo agrícola de Lucas do Rio Verde ao Porto de Santos. Passando por 16 municípios entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, com um ramal para Cuiabá, o projeto deve iniciar a operação da primeira fase, com 160 quilômetros, em 2026. Esta etapa vai atender as cidades de Primavera do Leste, Dom Aquino e Campo Verde, demandando uma força de trabalho de 4.500 pessoas.
A nova ferrovia faz parte do plano da Rumo de fortalecer o escoamento ferroviário de produtos agrícolas, reduzindo a sobrecarga do transporte rodoviário, que ainda responde pela maior parte da logística de grãos. Palma ressaltou que a empresa dobrou a capacidade de transporte no Mato Grosso na última década, passando de 12 milhões para 25 milhões de toneladas anuais sem expansão da malha existente, apenas com modernização e recuperação de ativos.
Além disso, a Rumo tem planos para ampliar a logística de exportação no Porto de Santos em parceria com a empresa americana CHS. A iniciativa visa aumentar a capacidade portuária para acompanhar o crescimento das exportações de grãos e evitar gargalos logísticos. “Temos de garantir que Santos tenha a estrutura necessária para o fluxo de produção do agronegócio”, frisou o CEO.
Outro projeto prioritário para a empresa é a operação da Malha Central, trecho da Ferrovia Norte-Sul que conecta Palmas (TO) a Estrela do Oeste (SP), com um movimento atual entre 7 e 8 milhões de toneladas por ano. Palma destacou que a Rumo já trabalha a todo vapor no primeiro trecho, onde cerca de 5 mil funcionários estarão empregados até junho e julho de 2026, com investimento de R$ 4 bilhões.
Com um investimento total que pode alcançar R$ 15 bilhões, o projeto busca aproximar a ferrovia dos núcleos de produção agrícola e industrial da região de Cuiabá. Esse investimento é ainda mais crucial considerando que, embora o Mato Grosso responda por aproximadamente 30% da produção de grãos do país, o estado possui apenas 366 quilômetros de ferrovias, representando 1,16% da malha de transporte brasileira.
As iniciativas da Rumo demonstram um compromisso com o desenvolvimento do setor ferroviário e a redução da dependência do transporte rodoviário, oferecendo suporte estratégico para o crescimento do agronegócio brasileiro.