Já está em vigência o decreto do Governo do Estado que visa reforçar o combate à gripe aviária em Mato Grosso. O documento foi emitido após recomendação do Ministério da Agricultura que os Estados produtores de aves entrassem em emergência zoosanitária como ação preventiva.
Conforme o médico veterinário do Indea, unidade de Lucas do Rio Verde, Clodomiro Reverdito, o decreto tem vigência de 180 dias e busca reforçar as ações caso seja necessário mitigar eventuais riscos da doença.
O Brasil já registrou casos da gripe aviária em aves marinhas em áreas litorâneas, com a infecção de aves domésticas.
“(Com o decreto) o Estado fica acionado, todos os seus organismos, todos os entes envolvidos já estão acionados que, caso ocorra um foco dentro do Estado, a gente aumente a nossa sensibilidade, já tenha maior potencial de mitigar esse risco”, reforçou.
Desde o início do ano, o Indea começou um trabalho preventivo e educativo, orientando os produtores sobre o risco da gripe aviária. Além disso, os profissionais do órgão intensificaram atividades em regiões de fronteira.
Também são realizados estudos soro epidemiológicos com coleta de material em aves domésticas em regiões próximas a sítios de aves migratórias. “Nós temos alguns sítios dentro do Estado onde essas aves migratórias, que são reservatórios, são aves que que elas carregam esse vírus, mas elas não manifestam doenças. Quando tem contato com alguma ave doméstica, ela pode transmitir essa doença para essas aves domésticas”, explicou Reverdito.
Eventos
O decreto suspende, por exemplo, a realização de eventos que envolvam aves. Segundo o médico veterinário, a medida foi tomada porque a circulação desse vírus se dá por conta de aves e dos seres humanos. “Então, para que evitem essa aglomeração de animais, de aves, no caso, de várias de vários pontos distintos, eles se reúnam, possa haver alguma reinfecção e depois espalhar para outros lugares. Foram suspensos eventos visando evitar eventual risco de disseminação de doença”.
Reverdito observou que o bloqueio das aves domésticas e comerciais em relação à doença é essencial para evitar possíveis embargos de países que importam frango no Brasil. Por isso, desde que surgiram registros da gripe aviária em países vizinhos, na América do Sul, o Indea realizou ações preventivas em Mato Grosso.
“Importante, principalmente nós que estamos numa região de alta produção, ter cuidado com todos os fatores de biossegurança, cumprir todas as exigências para entrar nessas granjas, aqueles que têm contato com aves, que trabalham no segmento, ter essa cultura de cumprir tudo o que está estabelecido em seus manuais de biosseguridade, para não permitir a entrada desse agente infeccioso dentro da nossa produção”, ressalta o médico veterinário.