O plantio de soja já começou em várias regiões do Mato Grosso, e para garantir uma lavoura com boa sanidade e produtiva, o produtor precisa de bom planejamento e informações precisas. Seguir um cronograma adequado de planejamento e estar atento a possíveis desafios, como o surgimento de fungos nas sementes, é fundamental para o sucesso da safra.
Luana Belufi, pesquisadora em fitopatologia da Fundação Rio Verde, alerta que os produtores devem prestar atenção a diversos fatores importantes no início da safra, entre eles estão as condições climáticas – fator não controlável -, mas que influencia, escolha das sementes, aquisição de insumos e os preparativos adequados do solo. De acordo com a pesquisadora, todos esses aspectos ajudam a prevenir o surgimento de doenças que podem comprometer o trabalho.
“As principais doenças que podem afetar a soja nesse estágio são causadas por fungos presentes no solo ou transmitidas pelas sementes”, explica Luana. “Entre os patógenos encontrados no solo, destacam-se Phytophthora, Rhizoctonia e Fusarium, que causam podridões, tombamento das plântulas e prejudicam o desenvolvimento das radicular da planta. Além disso, os fungos como Colletotrichum, Cercospora, Diaporthe e Fusarium, podem ser transmitidos pelas sementes”.
A pesquisadora reforça que o tratamento de sementes é uma das principais práticas para prevenir doenças, tanto no início do desenvolvimento quanto em estágios mais avançados. “O tratamento de sementes com fungicidas específicos é uma medida preventiva eficaz, pois elimina ou reduz a presença de patógenos que podem comprometer a planta logo no início de seu ciclo”, afirma. “Essa prática também ajuda a controlar fungos na fase latente, que podem permanecer na semente sem manifestação de sintomas iniciais, mas que causam danos quando a planta está mais desenvolvida”.
Além do tratamento de sementes, Luana destaca a importância de adotar práticas como rotação de culturas, manejo adequado do solo e o uso de variedades resistentes a doenças. “Essas estratégias integradas para um controle mais eficiente de patógenos que podem estar presentes na área”.
Outro ponto destacado pela pesquisadora está ligado as condições climáticas, que são fatores sem controle humano, mas ela orienta que entender como essas condições podem influenciar é uma ferramenta importante para a realização das melhores práticas e assim evitar maiores problemas.
O excesso ou a falta de chuvas pode aumentar a influência dos fungos sobre o desenvolvimento inicial e ao longo do ciclo da cultura. No entanto, um manejo adequado pode minimizar esses impactos. “Em áreas com histórico de problemas no solo, a incidência de doenças pode ser maior. O clima, especialmente quando há umidade excessiva e temperaturas amenas no início do desenvolvimento da planta, favorecendo o crescimento de fungos. Para prevenir esses problemas, é essencial utilizar tecnologias como o tratamento de sementes e manejo do solo. Um recomendação para ajudar nesse momento é a realização de análises fitopatológicas das sementes e monitoramento contínuo das lavouras, garantindo assim plantas com maior sanidade e produtivas”, conclui a pesquisadora da Fundação Rio Verde.