O preço da farinha de trigo vem diminuindo no Brasil desde o final de 2022, depois de ter subido mais de 30% no ano passado, puxado pela disparada das cotações do cereal no mercado externo, que balançaram após a Rússia invadir a Ucrânia.
Os dois países influenciam no preço do trigo pois são grandes exportadores do cereal: A Rússia é a principal fornecedora do alimento, enquanto a Ucrânia é a 5º.
Já o Brasil é mais sensível às oscilações do mercado, pois depende de outros países para abastecer o seu mercado interno.
Após atingirem o seu menor valor em maio de 2023, as cotações do trigo voltaram a subir nesta semana, depois que a Rússia suspendeu um acordo que permitia à Ucrânia exportar grãos pelo Mar Negro. Além disso, o país voltou a atacar portos ucranianos, destruindo armazéns com toneladas de alimentos.
O recente capítulo do conflito pode gerar a seguinte dúvida: será que o pãozinho vai encarecer de novo no Brasil? Especialistas consultados afirmam que o impacto, dessa vez, tende a ser menor porque:
- por mais que as cotações do trigo tenham aumentado, os preços ainda estão bem menores que no ano passado;
- tem trigo suficiente sendo produzido no mundo, portanto, não há risco de abastecimento;
- a Ucrânia já perdeu bastante participação no mercado desde o início da guerra, e a tendência, até o momento, é que a Rússia continue exportando normalmente;
- haverá crescimento da produção de trigo da Argentina, de onde vem 85% das importações brasileiras;
- A produção brasileira de trigo está crescendo e batendo recordes, o que minimiza um pouco o impacto nos preços.