O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou novas denúncias contra policiais militares (PMs) do Batalhão de Choque por crimes cometidos durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, zona norte da capital. A operação resultou na morte de 122 pessoas, entre elas cinco policiais. Os delitos foram registrados pelas câmeras operacionais portáteis (COPs) usadas pelos PMs, conforme relatado pelo MPRJ nesta segunda-feira (1º).
Desta vez, seis PMs são acusados de peculato, violação de domicílio, constrangimento ilegal, roubo e insubordinação. A investigação aponta que os policiais arrombaram portões e portas de residências com auxílio de alicates, entraram sem autorização, reviraram os cômodos e obrigaram um morador a permanecer sentado sob ameaça durante a ação.
O grupo também se apropriou de um celular e de um fuzil abandonado por criminosos em fuga, discutindo sobre desmontar e esconder o armamento. As imagens das câmeras ainda mostram tentativas de ocultar ou obstruir os equipamentos, contrariando ordens do comando da Polícia Militar.
Violação de domicílio
Em outra denúncia, o MPRJ acusa um sargento do Grupamento Tático de Ações Rápidas de violação de domicílio e insubordinação, após entrar em uma residência sem autorização judicial ou consentimento dos moradores.
“Durante toda a atuação, descumpriu deliberadamente a determinação legal de manter a câmera corporal em funcionamento contínuo em área sensível. Ele tentou retirar a bateria e removeu o equipamento do corpo em pelo menos dez ocasiões, impedindo o registro de aproximadamente cinco horas de operação”, informou o MPRJ.
Balanço
Com as novas acusações, o MPRJ já soma seis denúncias relacionadas à Operação Contenção. As denúncias anteriores envolviam apropriação de um fuzil no Complexo do Alemão e furto de peças de veículo na Vila Cruzeiro, reveladas pelas câmeras corporais.
No total, nove policiais foram denunciados, incluindo sargentos e um subtenente, todos presos após ação da Corregedoria da Polícia Militar. O MPRJ requisitou à Justiça Militar a prisão preventiva dos demais envolvidos e continua analisando imagens para responsabilizar outros agentes.
A Polícia Militar afirmou que não compactua com desvios de conduta e que pune rigorosamente os envolvidos quando os fatos são constatados. Considerada a operação mais letal dos últimos anos, a Operação Contenção visava conter a expansão do Comando Vermelho em áreas da capital fluminense.




















