O setor ambiental do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), uma força-tarefa composta pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo, encerrou nesta quarta-feira (27) a Operação Pectina, que teve início no começo desta semana.
Os esforços da operação resultaram na apreensão de dois dos quatro veículos mencionados na decisão judicial e na notificação dos cartórios para o bloqueio de quatro propriedades, incluindo uma chácara e três imóveis urbanos nos municípios de Itaúba, Nova Monte Verde e Várzea Grande. Ainda estão em andamento diligências para cumprir integralmente a decisão judicial, que também prevê o bloqueio de valores em contas bancárias e investimentos.
A Operação Pectina tinha como alvo um grupo acusado de praticar fraudes ambientais ao criar créditos virtuais e usá-los para beneficiar empresas do setor madeireiro, além de inserir informações falsas nos sistemas de gestão ambiental. Alguns desses créditos foram registrados em nome de pessoas físicas e jurídicas, resultando na emissão de guias florestais falsas, que eram usadas para encobrir a exploração ilegal de madeira.
A delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino, que faz parte da força-tarefa ambiental do Gaeco, enfatizou que a operação focou em crimes cometidos por diversos perfis de pessoas físicas e jurídicas, todas vinculadas a organizações criminosas com atuação em Mato Grosso.
Na decisão judicial que autorizou a execução dos mandados, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra ressaltou que “os elementos informativos indicam supostamente que um esquema foi criado para emitir guias falsas, com a inserção fraudulenta de dados no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais – SISLFORA. Isso dissimulava, em tese, uma movimentação de produtos florestais que, na realidade, ‘não existia’ na empresa madeireira de origem, transferindo-os então para outra empresa ou terceiros, que aparentemente ‘legalizavam’ a madeira extraída ilegalmente. Isso resultou em um alto prejuízo para a comunidade, o meio ambiente e, acima de tudo, para o erário público”.
A Operação Pectina reforça o compromisso das autoridades em combater práticas ilegais que impactam negativamente o meio ambiente e a sociedade como um todo. O resultado da operação deve servir de exemplo para dissuadir futuros envolvidos em atividades similares.
