Em entrevista concedida à revista Veja, publicada em 13 de janeiro de 2023, o Ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Senador Carlos Fávaro, fez uma análise dos acontecimentos recentes, incluindo as ações extremistas que culminaram na invasão do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, acontecimento que foi repudiado em nota pública pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Sem entrar no mérito das visões do ministro, não poderíamos deixar de nos manifestarmos sobre a acusação feita por ele de que a entidade teria apoiado atos antidemocráticos.
“Embora o ministro, que também é Senador da República, tenha usado como referência uma fonte ‘verbal’, esta denunciação caluniosa não condiz com a postura esperada de um Ministro de Estado, especialmente em se tratando de um fato tão grave”, destaca a Aprosoja-MT.
A Aprosoja-MT se manifesta publicamente sobre os assuntos de interesse dos seus associados, e aqueles que a acompanham sabem que a sua defesa sempre foi pela liberdade de expressão, defesa do direito de propriedade, liberdade econômica e respeito à Constituição Federal. Não há, nem nunca houve por parte de sua diretoria suporte ou incentivo à depredação de patrimônio público ou privado.
A Aprosoja-MT é uma entidade política, porém apartidária em decorrência do seu estatuto. Em virtude desta previsão normativa interna não apoiou qualquer candidato a cargo eletivo nas eleições passadas.
Sobre as resistências dos produtores de Mato Grosso ao nome do Ministro, há de ressaltar que nem o setor e sequer seu município de origem apoiou massivamente sua candidatura ao Senado, sendo fundamental para o seu sucesso no pleito o poderio econômico que suportou sua campanha. Este descolamento do parlamentar da sua base se deve especialmente à forma como ele desembarca de suas parcerias políticas, foi assim na gestão Pedro Taques e se repetiu agora com a gestão estadual do governador Mauro Mendes.
A respeito da entidade, o foco tem sido dado ao desenvolvimento de pesquisas para o adequado manejo de pragas, redução do uso de insumos químicos e aumento de produtividade. Já são três campos de pesquisas mantidos pela Aprosoja-MT, um único deles, a exemplo, é responsável por uma vitrine de materiais que já superou 115 variedades testadas no último ano.
Com o projeto Aproclima, 67 estações meteorológicas foram espalhadas pelo estado, trabalho por meio do qual pretendemos aperfeiçoar as previsões climáticas regionais, inclusive com resultados que já têm servido de apoio para a Defesa Civil do estado.
E ainda, investimos em melhoria contínua dentro das propriedades rurais, com o Projeto Soja Legal, implementando governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) a mais de 3 milhões de hectares de soja cultivadas no estado de Mato Grosso, projeto recentemente acreditado pelo Ministério da Agricultura.
No campo regulatório, a busca por mecanismos que solucionem os gargalos da armazenagem no país é uma batalha constante da entidade, especialmente para viabilizar economicamente, e a longo prazo, a atividade produtiva de pequenos produtores rurais. Noutra ótica, parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e técnicos do ministério se recordam da participação colaborativa da entidade no desenvolvimento dos instrumentos privados de crédito, destacadamente para o aperfeiçoamento do patrimônio rural em afetação, uma das bases para que o crédito não seja um obstáculo para o nosso crescimento.
Enfim, esses são apenas alguns exemplos do porquê de a entidade ter se mantido ausente dos debates sobre questões paralelas. A Aprosoja-MT tem trabalhado e muito pelo futuro da agricultura sustentável e pela sustentabilidade financeira do produtor, mas este também depende das políticas públicas agropecuárias.
“Chegou a hora do Ministro Calos Fávaro parar de olhar no retrovisor e olhar para frente, tentar recuperar as atribuições que o ministério perdeu e realmente se preocupar com políticas agropecuárias que tragam benefícios para os produtores”, finaliza a Aprosoja-MT”.