Futsal feminino e seleção brasileira sempre estiveram no horizonte de Diana. A fixa, hoje um dos nomes consolidados do país, revisita uma trajetória marcada por superação familiar, construção coletiva e afirmação dentro de uma modalidade que, aos poucos, ganha o espaço merecido no calendário oficial da CBF.
Nascida em Caxias do Sul, Diana cresceu entre os jogos de rua e o incentivo do pai, que a colocava no gol para perder o medo da bola. Essa relação com o esporte, reforçada pela convivência com o irmão Vinícius, direcionou seu caminho ainda na infância. Em entrevista à CBF TV, ela destaca como a paixão pelo futsal surgiu em meio a uma rotina simples, mas profundamente simbólica.
Com os pais separados, a mãe assumiu a responsabilidade de criar quatro filhos. A rede de apoio incluía avós, vizinhos e as tradicionais ações comunitárias — como almoços beneficentes — que viabilizavam viagens, uniformes e competições. Essa cultura de mobilização é bastante comum no futebol de base brasileiro, especialmente no futsal, cuja estrutura depende historicamente de projetos regionais, clubes formadores e iniciativas apoiadas por federações estaduais ligadas à CBF.
Diana lembra que a força da mãe virou combustível. Em sua passagem pelo Kindermann, em Caçador, sobrevivia com poucos recursos e contava com pequenas ajudas enviadas de casa. Foi também no cenário catarinense que sua carreira ganhou projeção, primeiro no Kindermann e depois no Barateiro, de Brusque, onde permaneceu entre 2010 e 2016 e conquistou títulos expressivos, além de sua primeira convocação pela Seleção em 2012 — fato reconhecido oficialmente pela CBF.
A ida para o Leoas da Serra marcou outra fase: títulos estaduais, Copa do Brasil, Libertadores e, sobretudo, o inédito Intercontinental sobre o Atlético de Madrid. Um feito histórico para o futsal feminino brasileiro, que reforçou o protagonismo de clubes nacionais mesmo em meio às dificuldades estruturais.
Desde 2021, defendendo o Bitonto C5, da Itália, Diana ampliou sua bagagem internacional e se tornou tricampeã da Copa Itália. A adaptação fora do país, relata, só foi possível graças ao apoio da irmã, que decidiu acompanhá-la. Hoje, vive uma fase mais estável, ao lado da família, consolidando sua carreira na Europa.
Convocada desde 2012, Diana encara a primeira Copa do Mundo de futsal feminino da FIFA como a realização de um sonho construído dia após dia. A CBF destaca que essa edição histórica representa um marco para a modalidade, abrindo portas para maior visibilidade, profissionalização e reconhecimento das atletas. Para ela, o Mundial deve impulsionar mudanças profundas, corrigindo desigualdades históricas e elevando o nível de investimento.
Sobre a atual Seleção, a fixa descreve um grupo maduro, vencedor e preparado para carregar a responsabilidade de estrear em um torneio que desperta atenção global. “Somos uma equipe leve, mas consciente da importância deste momento”, resume.
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