Doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen, a hanseníase é uma doença que acomete principalmente a pele e os nervos, geralmente deixando manchas aparentes.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou mais de 19 mil novos casos da doença, número superior ao registrado no mesmo período de 2022. O estado do Mato Grosso lidera o ranking com maior taxa de detecção da hanseníase com 3.927 casos, seguido do Maranhão, com 2.086.
Graças ao avanço da ciência, atualmente a hanseníase tem cura. Carla Preza, médica e professora do curso de Medicina da Unic Beira Rio, destaca que é importante conhecer sobre a doença para identificar possíveis sintomas e formas de prevenção. “Durante o mês de janeiro, as Unidades de Saúde potencializam as ações de orientação, discussão entre as equipes sobre as formas de contágio e reforça, que a hanseníase tem cura e depende do diagnóstico precoce e tratamento adequado, com informação qualificada para ser desmistificada”, pontua.
Sinais e sintomas
A hanseníase é uma doença que acomete principalmente a pele e os nervos e, geralmente deixando manchas aparentes na pele avermelhadas, marrons, esbranquiçadas; além de manchas que não são sensíveis ao toque. Caroços no corpo, dolorosos e inflamados, dores articulares, inchaço nas mãos e pés também podem ser avisos da doença. Nos olhos, queixas de ressecamento ocular são frequentes. Sintomas neurais, como sensação de “formigamento” em braços e pernas devem ser sempre investigados. Como a bactéria M. leprae se replica muito lentamente, levando até anos, as lesões na pele podem não surgir rapidamente e não ser o fator na identificação da doença.
Transmissão
A transmissão ocorre quando uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB) e que, estando sem tratamento, elimina a bactéria por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. Nem todos desenvolvem a hanseníase, já que grande parte das pessoas apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo. A pessoa com hanseníase deve manter o convívio familiar e não precisa ser afastada do trabalho se o tratamento estiver sendo seguido pois, assim que iniciado, a pessoa deixa de transmitir a doença.
Tratamento
O final do mês de janeiro marca o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase e um dos grandes desafios é informar que o tratamento ocorre de forma simples e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Diante de qualquer dúvida mediante os sintomas já mencionados, é preciso buscar atendimento médico para investigação que determinará se há ou não a presença da patologia. O tratamento é ambulatorial, com doses mensais supervisionadas administradas na unidade de saúde e doses autoadministradas no domicílio.