Várzea Grande voltou a figurar na 12ª colocação entre os municípios com os piores índices de saneamento básico do país, conforme o levantamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil nesta segunda-feira. O resultado mantém a cidade na mesma posição do estudo anterior.
O ranking integra a 17ª edição da pesquisa nacional que avalia os 100 municípios mais populosos e reforça que o município da região metropolitana de Cuiabá segue sem avanços significativos nos principais indicadores analisados.
Segundo o relatório, a situação atual repete um cenário que já havia sido registrado em 2023. Antes disso, na análise referente aos dados de 2014 a 2021, Várzea Grande aparecia em 8º lugar entre os piores, período em que o estudo apontou ausência de aplicação adequada dos recursos arrecadados para o setor.
O levantamento considera variáveis como volume de investimentos, eficiência na prestação dos serviços e evolução dos indicadores operacionais. Os dados utilizados pelo Instituto Trata Brasil têm como base o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, divulgado pelo Ministério das Cidades.
Entre 2019 e 2023, os 20 municípios em pior situação destinaram, em média, R$ 78,40 por habitante ao ano. O valor está abaixo do montante considerado necessário para avançar rumo à universalização do saneamento, estimado em R$ 223,82 por morador.
Cuiabá supera investimento ideal por habitante
Enquanto Várzea Grande permanece estagnada, Cuiabá figura no lado oposto do levantamento. A capital foi a única entre todas as capitais brasileiras a superar o patamar de investimento considerado ideal para universalizar o saneamento. Conforme o estudo, o aporte foi de R$ 415,02 por habitante, número acima do estimado como adequado e superior ao registrado por capitais como São Paulo e Campo Grande.
No indicador de perdas na distribuição de água, porém, Cuiabá aparece na 95ª posição, com nota 4,51. O índice mede a diferença entre o volume produzido e o que efetivamente chega às residências. A pontuação obtida pela capital foi de 55,49.
Em nota, a concessionária Águas Cuiabá informou que as perdas no sistema ainda são impactadas pela presença de redes antigas, áreas irregulares e fraudes no abastecimento. Segundo a empresa, o município registra 46% de perdas pontuais, número que representa queda de 7% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Ferramenta para orientar políticas públicas
O Instituto Trata Brasil reforça que o ranking segue sendo um instrumento importante para identificar gargalos estruturais e apoiar a formulação de políticas públicas direcionadas ao avanço do saneamento básico em Mato Grosso e no restante do país. A entidade destaca que o objetivo é contribuir para decisões estratégicas que acelerem o acesso da população a serviços essenciais de abastecimento, coleta e tratamento.
De acordo com o estudo, monitorar continuamente os indicadores ajuda municípios a compreenderem onde estão os principais entraves e de que forma é possível melhorar a eficiência dos investimentos, especialmente em regiões com histórico de dificuldades na gestão do saneamento.
Informações do Instituto Trata Brasil.





















