O salário mínimo em 2025 passa de R$ 1.412 para R$ 1.518. Apesar do aumento, o poder de compra ainda enfrenta desafios.
A partir de 1º de janeiro de 2025, o salário-mínimo será reajustado para R$ 1.518, conforme decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O aumento de 7,5% (à base de R$ 106) foi calculado com base na inflação de 2024 e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
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Embora seja uma boa notícia para muitos trabalhadores, o aumento também evidencia limitações significativas.
Impactos diretos do salário mínimo em 2025
Estima-se que aproximadamente 54 milhões de pessoas dependam diretamente do salário-mínimo no Brasil. Isso inclui trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Cada R$ 1 de aumento no salário representa um impacto de R$ 392 milhões no orçamento federal. O ajuste é parte de um pacote fiscal que busca equilibrar as contas públicas, com a expectativa de economizar R$ 15,3 bilhões nos próximos anos.
Mudanças na fórmula de reajuste
Uma das principais alterações na regra de reajuste é o estabelecimento de um teto para o ganho real, limitado a 2,5% acima da inflação.
Anteriormente, o salário-mínimo não tinha um limite de reajuste, considerando apenas a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do PIB.
O novo modelo, que segue os parâmetros do arcabouço fiscal, visa controlar o crescimento das despesas obrigatórias.
Um salário que ainda não basta
Apesar do reajuste, o salário-mínimo continua longe do considerado “ideal” pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Para atender às necessidades básicas de uma família brasileira, o salário “necessário” seria de R$ 6.959,31.
Em muitas capitais, o novo piso salarial não é suficiente para comprar nem duas cestas básicas. Em São Paulo, por exemplo, uma única cesta básica custa R$ 828, mais da metade do salário de 2025.
Reflexos no dia a dia
Enquanto o aumento ajuda a preservar parte do poder de compra dos brasileiros, a escalada dos preços dos alimentos e serviços faz com que muitos ainda sintam dificuldade em equilibrar o orçamento.
Famílias que dependem do salário-mínimo muitas vezes precisam escolher entre contas essenciais, como alimentação, moradia e transporte.
Abono PIS/Pasep e outras medidas
Com o novo reajuste, também foram alterados os parâmetros para o abono salarial PIS/Pasep, pago a trabalhadores formais com renda média de até dois salários-mínimos. O governo espera conter fraudes e direcionar melhor os recursos, mantendo o foco em quem realmente necessita.
O desafio agora é equilibrar a valorização do salário-mínimo com a responsabilidade fiscal. A nova regra é uma tentativa de conciliar o crescimento da renda do trabalhador com os limites orçamentários.
No entanto, a disparidade entre o salário “necessário” e o mínimo oficial reforça a necessidade de políticas mais amplas para enfrentar a desigualdade econômica.
Como planejar com o novo salário mínimo em 2025?
Organize seu orçamento: Liste suas despesas essenciais e veja onde pode economizar.
Aproveite programas sociais: Benefícios como o BPC podem complementar sua renda.
Invista em qualificação: Cursos gratuitos podem abrir portas para melhores oportunidades no mercado de trabalho.
Embora o cenário ainda seja desafiador, é importante lembrar que pequenas mudanças podem fazer a diferença no longo prazo. Planejar, buscar informação e aproveitar oportunidades é o primeiro passo para construir um futuro mais estável. Afinal, cada esforço nos aproxima de uma vida mais digna e equilibrada.