Na manhã de ontem (16), os representantes da Câmara Setorial Temática (CST) se reuniram para analisar o Índice de Condição e Qualidade de Vida de Mato Grosso (ICQV-MT), uma ferramenta que permite medir e comparar as condições de vida nos municípios do estado. Esta foi a penúltima reunião da CST, presidida pelo deputado Thiago Silva (MDB) e com o técnico Benedito Pereira como relator.
Durante o encontro, foram discutidos indicadores detalhados sobre desenvolvimento econômico, educação, saúde e segurança. Rafael Mazeto, economista e representante da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), foi convidado para apresentar o projeto. “O ICQV é uma ferramenta valiosa porque vai além do aspecto econômico e considera também as áreas sociais”, afirmou Mazeto.
Mazeto destacou que o ICQV oferece um estudo importante sobre o desenvolvimento socioeconômico dos 142 municípios de Mato Grosso, fornecendo dados atualizados e detalhados. Ele apontou que, embora Mato Grosso seja um estado rico, a riqueza está concentrada em certas áreas, deixando as regiões de fronteira economicamente vulneráveis. “Precisamos refletir sobre estratégias para reduzir essas fragilidades e melhorar a dinâmica econômica nesses locais”, defendeu.
Ele também observou que a condição econômica de um município não garante necessariamente uma melhoria na qualidade de vida da população. “Municípios economicamente mais fortes enfrentam mais problemas de violência em comparação com municípios menores e menos ricos”, explicou.
O ICQV foi desenvolvido pela Seplag no âmbito do projeto de Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSEE) e combina dados de 26 variáveis socioeconômicas em quatro dimensões: economia, educação, saúde e segurança. Este índice classifica os municípios em grupos como dinâmicos, em ascensão, desiguais e vulneráveis.
Mazeto enfatizou que os resultados do ICQV não oferecem soluções imediatas, mas proporcionam informações cruciais para que os tomadores de decisão possam qualificar políticas públicas para melhorar a vida da população.
O relator da CST, Benedito Pereira, reforçou que a ferramenta é essencial para monitorar e gerir políticas públicas. “A economia de Mato Grosso é extremamente diversificada, com características únicas para cada região. Este indicador ajuda a avaliar e definir políticas públicas específicas para cada realidade”, afirmou.
Pereira destacou que os dados são fundamentais para diagnosticar a situação socioeconômica dos municípios e planejar projetos e ações. “Acreditamos que a ferramenta será uma excelente referência para planejar investimentos, corrigir distorções regionais e promover maior equidade”, concluiu.
O estudo completo está disponível na página da Seplag ou pode ser acessado aqui.
A CST é composta por membros do curso de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Assembleia Legislativa, governo do estado de Mato Grosso e outras entidades ligadas ao desenvolvimento socioeconômico.