O Governo de Mato Grosso anunciou a criação de um laboratório de análise de solo e o financiamento de pesquisas para substituir o uso do mercúrio na extração de ouro, conforme divulgado oficialmente durante a abertura da Expominério 2025, realizada nesta quarta-feira (26). Segundo a gestão estadual, os investimentos serão custeados com recursos da Taxa de Fiscalização de Recursos Minerais (TFRM), prevista na legislação estadual e detalhada em documentos públicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
Contexto e direcionamento dos recursos
Conforme apurado pela reportagem, o laboratório será desenvolvido em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). De acordo com nota oficial do governo, o objetivo é ampliar a capacidade técnica local, reduzir custos de análises para empresas e agilizar o monitoramento ambiental no setor mineral.
A Sedec informou que trabalha em novas destinações legais para a TFRM, priorizando projetos que impulsionem a mineração responsável, incluindo estudos sobre tecnologias de extração sem mercúrio — tema em debate crescente em fóruns ambientais internacionais, como os relatórios mais recentes da Convenção de Minamata, do Ministério do Meio Ambiente.
Novas certificações e políticas públicas
Durante o evento, o governador sancionou a lei que institui os selos Mineral Social e Mineral Sustentável, apresentados pelo deputado estadual Max Russi (ALMT). As certificações reconhecem empresas que adotam boas práticas ambientais, sociais e de governança, e integram um pacote de políticas públicas em desenvolvimento no estado, incluindo a Política Estadual de Recursos Minerais, cuja minuta está disponível em documento oficial da Assembleia Legislativa.
Expominério 2025 e o cenário mineral do Estado
Organizadores da Expominério informaram que a feira reúne mais de 120 expositores e mais de 40 horas de debates técnicos. Os temas incluem descarbonização, modernização da legislação, transição energética e mineração sem mercúrio — uma das long-tail relacionadas ao laboratório de análise de solo.
Dados da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) indicam que o setor mineral gera mais de 8 mil empregos diretos e expandiu 53 vezes desde 2004. O estado é hoje o quinto maior produtor de minerais do país e discute formas de agregar mais etapas produtivas internamente, ampliando competitividade e atração de investimentos internacionais, segundo a Invest MT.
Por que o projeto importa
A adoção de práticas de mineração sustentável e a substituição do mercúrio na extração de ouro seguem diretrizes nacionais e pactos ambientais internacionais. A criação do laboratório fortalece a capacidade de fiscalização, fornece dados técnicos com maior precisão e oferece suporte às empresas que buscam certificações socioambientais.
Reportagem baseada em comunicado oficial do Governo de Mato Grosso e documentos públicos da Sedec e ALMT.
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