Com o novo decreto que facilita a posse de arma de fogo no Brasil, muitas pessoas têm buscado informações em relação aos valores a serem desembolsados para ter a posse e comprar uma arma de fogo de forma legalizada. Os custos variam de acordo com o tipo de arma, treinamentos e documentação. O custo médio para se ter uma nestas condições é de R$ 7 mil.
No Brasil, uma pistola calibre 380, de uso autorizado pela Polícia Federal, custa aproximadamente R$ 5 mil. Os custos com o exame psicológico, a documentação que deverá ser apresentada à Polícia Federal e a realização do teste com um instrutor credenciado pelo órgão, custam cerca de R$ 1 mil. Caso a pessoa não tenha conhecimento sobre o manuseio da arma ou precise aperfeiçoar as técnicas para melhorar seu desempenho na realização do teste, deverá ser somado o valor médio de R$ 1 mil referente aos cursos de tiro. Com base nisso é provável que o cidadão precise desembolsar aproximadamente de R$ 7 mil.
O diretor técnico da Federação de Tiro de Mato Grosso, Edson Massaiti Igarashi, explica que antes de tudo é preciso ter conhecimento da grande responsabilidade que é adquirir uma arma de fogo. “Todo instrutor tem que ser ético acima de tudo, tem que ter esse compromisso de mostrar para a população que aquele objeto de desejo foi feito para matar e se for usado de maneira incorreta ele mata a pessoa errada”, afirma.
Edson pontua que quando a pessoa dá entrada no processo para conseguir a autorização para a posse da arma de fogo, ela deve partir do princípio de que se irá comprar uma arma é porque está preparada e habilitada para usar. “Se a pessoa achar por algum momento que não terá coragem de atirar em outra pessoa, é preferível não comprar, porque uma arma em casa nessa situação é muito mais perigosa”, diz.
O instrutor explica que é preciso desmistificar o armamento. “Quando aparece o armamento na mídia ele geralmente está ligado a um homicídio, ao narcotráfico. Não é só a ideia que o Bolsonaro está tendo em relação a aquisição de arma para a defesa pessoal, é preciso desmistificar e mostrar que também existe a pratica esportiva de tiro, a primeira medalha olímpica que o Brasil ganhou foi através do tiro, é preciso que as pessoas vejam com bons olhos a utilização da arma de fogo. No esporte a gente atira em papel e metal então a gente encara o armamento com carinho porque gostamos do esporte”, afirma.
Para o curso de tiro não é preciso ter a idade mínima de 25 anos, como é o critério para a compra da arma de fogo. A partir dos 12 anos de idade já é possível participar de cursos de tiro para prática de tiro esportivo, com a autorização de um adulto responsável.
Decreto
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou, nesta terça-feira (15), o decreto que que facilita a posse de armas. O texto permite que o cidadão compre até quatro armas de fogo e também que a validade do registro passe de cinco para dez anos.
Como o povo soberanamente decidiu por ocasião do referendo de 2005, para lhes garantir esse legítimo direito à defesa, eu como presidente vou usar essa arma”, disse Bolsonaro, ao mostrar uma caneta e assinar o decreto. A população de Cuiabá e Várzea Grande está inserida nas que poderão ter uma arma, já que a taxa de homicídios é superior a dez para cada cem mil habitantes.
Confira as regras para possuir arma em casa:
Caso crianças, adolescentes ou pessoa com deficiência mental morem na residência em que ficará a arma, o proprietário deverá apresentar uma declaração comprovando a existência de um cofre ou local seguro para armazenamento.
O poder público vai presumir veracidade dos fatos e das circunstâncias na declaração que o cidadão fizer para atestar a necessidade de ter uma arma em casa;
Poderão ter arma agentes públicos e militares, inclusive os inativos, além de moradores de áreas rurais e aqueles de zona urbana que residam em estados com mais de dez homicídios por cem mil habitantes (de acordo com dados de 2016).
Atiradores, colecionadores, caçadores e responsáveis legais por estabelecimentos comerciais ou industriais também terão a efetiva necessidade da posse de arma comprovada, segundo o decreto.