O Serviço Geológico do Brasil (SGB) já atendeu mais de 600 municípios, com análises essenciais para o planejamento de drenagem urbana e prevenção de desastres, especialmente relacionados a inundações.
Com os Estudos de Chuvas Intensas, o SGB apresenta informações que ajudam no dimensionamento de infraestruturas hidráulicas, como barragens e sistemas de drenagem, incluindo bueiros, sarjetas e galerias pluviais. Esse produto faz parte do projeto Atlas Pluviométrico do Brasil e está inserido no Programa de Gestão de Riscos e de Desastres.
“O conhecimento sobre a intensidade de chuvas associadas a diferentes durações e frequências, permite entender melhor as limitações das cidades, identificar áreas mais propensas a inundações e alagamentos e projetar sistemas que possam lidar eficientemente com as condições climáticas extremas”, explica o pesquisador em geociências do SGB Eber José de Andrade Pinto, coordenador do projeto.
Os Estudos de Chuvas Intensas são essenciais para o planejamento das cidades e permitem que gestores públicos avaliem medidas preventivas – como construção de diques, canais de drenagem e sistemas de contenção de águas pluviais – para reduzir o impacto de chuvas. Além disso, apoiam o gerenciamento de recursos hídricos. A partir das informações sobre chuvas, é possível tomar decisões sobre uso da água, bem como sobre a conservação e proteção de suas fontes.
Os dados necessários para a definição das relações IDF são oriundos da análise dos pluviogramas das estações pluviográficas e/ou dos dados das estações automáticas. Por meio desses registros é possível fazer a seleção das chuvas consideradas intensas para as diversas durações.
Quando há dificuldade de acesso aos registros contínuos ou quando as estações pluviométricas não dispõem de equipamentos que possibilitem o registro contínuo da chuva, mas possuem aparelhos acumuladores, ou seja, pluviômetros, as relações IDF são estabelecidas a partir da desagregação dos dados de chuva máxima diária (Leitura da altura acumulada de chuva, em mm, referente a um intervalo de tempo fixo de 24 hs).
Esse trabalho, desenvolvido pelo SGB, compreende a definição das probabilidades de ocorrência de chuvas de diferentes durações e respectivas intensidades serem igualadas ou superadas. A partir daí, são estabelecidas as relações intensidade-duração-frequência, chamadas de Equações IDF. “Intensidade” refere-se à quantidade de chuva que cai por unidade de tempo e é medida em milímetros por hora (mm/h) ou por minuto (mm/min); “duração” representa o intervalo de tempo em que ocorre a chuva ou tempestade; e “frequência” está associada a probabilidade da intensidade da chuva com uma determinada duração ser igualada ou superada.
Municípios atendidos
Em 2023, foram contemplados 41 municípios, sendo um de Minas Gerais: Viçosa; um da Paraíba: João Pessoa; dois de Rondônia: Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste; e 37 do estado de São Paulo: Araçatuba, Barrinha, Birigui, Cravinhos, Dumont, Guararapes, Guariba, Guatapará, Itararé, Jardinópolis, Luís Antônio, Mococa, Monte Alegre do Sul, Monte Alto, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Ourinhos, Pereiras, Pitangueiras, Pontal, Porangaba, Pradópolis, Quadra, Ribeirão Preto, Sales Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, São Simão, Serra Azul, Serra Negra, Serrana, Taiúva, Tambaú, Taquaral e Timburi.
Para a realização dos estudos das relações IDF, o SGB prioriza os municípios onde serão mapeadas as áreas suscetíveis a movimentos de massa e enchentes ou inseridas em sub-bacias monitoradas pelos Sistemas de Alerta Hidrológico e demais projetos realizados. Em 2024, serão atendidos 25 municípios. Por: Serviço Geológico do Brasil (SGB)