Quase metade das brasileiras relata não ser tratada com respeito no país, segundo a 11ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo DataSenado e pela Nexus em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência. O levantamento aponta que 49% das mulheres se sentem mais vulneráveis nas ruas, enquanto o desrespeito dentro de casa também cresceu.
O estudo ouviu mais de 20 mil mulheres em todas as regiões e mostrou que 94% consideram o Brasil um país machista, índice que permanece estável, mas cuja intensidade aumentou. Em dois anos, o grupo que vê o país como “muito machista” passou de 62% para 70%.
No ambiente doméstico, a percepção de insegurança ganhou força, acompanhando a avaliação de que a violência doméstica subiu nos últimos 12 meses. O trabalho segue como o segundo espaço onde as brasileiras identificam menor respeito.
As diferenças regionais também chamam atenção. No Sul, 53% afirmam que o respeito às mulheres ocorre apenas ocasionalmente, enquanto no Nordeste metade das entrevistadas diz que as mulheres não são respeitadas. Sudeste, Centro-Oeste e Norte registram percentuais próximos, revelando um cenário persistente de instabilidade na forma como a sociedade trata as mulheres.
A escolaridade ampliou o contraste: 62% das mulheres não alfabetizadas afirmam não ser tratadas com respeito, contra 41% entre aquelas com ensino superior completo. Mesmo entre universitárias, apenas 8% dizem ser plenamente respeitadas, evidenciando que o nível de instrução atenua, mas não elimina, a percepção de desigualdade e machismo estrutural.






















