Por causa da Situação de Emergência em Saúde Pública em Minas Gerais, provocada pelo avanço do coronavírus, a Secretaria de Estado de Saúde já começou a recolher de fornecedores medicamentos, como o hidroxicloroquina, que é apontado como possibilidade no tratamento. Outros itens que são importantes para prevenção, enfrentamento e contingenciamento da doença, como máscaras e álcool em gel, também podem ser recolhidos.
O último balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde dava conta de que nesta quinta-feira (19), o número de confirmados chegou a 29. O número de casos em investigação supera 2 mil.
A Secretaria de Estado de Saúde não informou quantos e quais itens já foram retidos, em quais fornecedores e cidades onde estão sendo realizadas as apreensões.
O recolhimento dos medicamentos e outros produtos ocorre com apoio da Polícia Militar, segundo a SES-MG, que informou que esta possibilidade está prevista no Decreto NE número 113 de 2020.
Segundo a publicação, poderão ser requisitados de pessoas naturais e jurídicas, em especial médicos e profissionais de saúde e fornecedores, equipamentos de proteção individual (EPI), medicamentos, leitos de UTI, produtos de limpeza e outros produtos necessários neste período.
Os fornecedores, farmácias e comerciantes que tiverem os produtos recolhidos serão pagos, posteriormente pelo Estado, segundo o decreto.
Uma grande rede de farmácias disse que disponibilizou à Secretaria de Estado de Saúde as últimas 303 unidades do hidroxicloroquina. Mas, devido à grande procura pelo medicamento, especialmente após o medicamento ser associado ao tratamento do coronavírus, os estoques estão zerados.
Sobre hidroxicloroquina
O medicamento Hidroxicloroquina, que é apontado como possibilidade de tratamento para o coronavírus, é um dos itens está no alvo destes recolhimentos da Secretaria de Estado de Saúde.
A professora de reumatologia da Faculdade de Medicina da UFMG e membro da Comissão de Infecção da Sociedade Brasileira de Reumatologia Gilda Aparecida Ferreira explicou que este medicamento, que já está em falta nas farmácias, é essencial para o controle de outra doença, o lúpus, que não tem cura.
Segundo ela, o estudo feito do uso do medicamento no controle da Covid-19 é preliminar e com problemas metodológicos, como número de pacientes estudado muito pequeno e uma resposta que não ficou bem definida.
“E mesmo assim, o que temos não é para prevenção, mas resultados preliminares promissores para tratamento das doenças com a forma moderada a grave”, disse.
A SES não informou se a retenção do hidroxicloroquina é para garantir tratamento somente ao coronavírus, caso seja comprovada a sua eficácia, ou também para os pacientes com lúpus.