A Austrália e mais três países da Europa confirmaram casos da varíola do macaco, nesta sexta-feira (20): França, Alemanha e Bélgica. Além disso, a Itália confirmou outros dois pacientes infectados, subindo para três o número de casos. Com isso, já se trata do maior e mais extenso surto de varíola dos macacos já registrado no continente.
Na França, a varíola símia foi identificada em um homem de 29 anos da região de Ile-de-France, que inclui Paris. Segundo as autoridades sanitárias francesas, ele não tinha viajado recentemente para um dos países onde o vírus circula.
Na Bélgica, foram notificados dois casos, um Antuérpia e outro Leuven. A pessoa infectada na Austrália foi detectada depois de regressar de viagem do Reino Unido.
As autoridades sanitárias da Itália confirmaram mais dois casos da doença. De acordo com o secretário de Saúde da região do Lazio, Alessio D’Amato, as duas pessoas estão ligadas ao “caso zero” de varíola de macaco no país, detectado na última quinta (19), em Roma, em um paciente recém-retornado das Ilhas Canárias, na Espanha.
O Instituto de Microbiologia das Forças Armadas da Alemanha confirmou o primeiro caso de varíola dos macacos no país, cuja detecção aconteceu ontem, em um paciente com lesões cutâneas características do vírus que provoca a doença, segundo anunciou Serviço Médico da corporação.
Em comunicado, as Forças Armadas alemãs destacam que as autoridades de saúde de países europeus e dos Estados Unidos identificaram no começo de março um número crescente de casos de varíola símia, o que provoca temor de que a enfermidade, presente apenas em algumas regiões da África, esteja se alastrando.
A Espanha confirmou esta manhã mais 14 casos e já chegam a 21 pessoas infectadas. No Reino Unido, hoje os números mais que dobraram com a notificação de outros 11 doentes, chegando a 20 pacientes no total. Portugal e Suécia também têm registros da doença.
Fora da Europa, Estados Unidos e Canadá confirmaram infectados com a varíola símia. Até o momento, não se sabe se existe conexão entre os positivos individuais identificados atualmente.
A varíola dos macacos é uma doença viral originária do reino animal, que apenas ocasionalmente provoca infecções em pessoas.
O período de incubação da enfermidade costuma ser de seis a 13 dias, mas pode oscilar também de cinco a 21. A doença, de forma geral, se cura por si só, e os sintomas desaparecem em um prazo de duas a três semanas.
Num relatório de acompanhamento da situação no Reino Unido, que a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou ontem, foi informado que a variante do país, originária na África Ocidental, tem letalidade de 1%, enquanto a variante registada na África Central chega a 10%.
A OMS alerta que esta doença, que é transmitida através de gotículas ou contato direto com a pele ou objetos contaminados, representa um risco adicional para crianças e mulheres grávidas, que podem transmitir para os fetos.
A organização apontou ainda que a vacina contra a varíola tradicional é bastante eficaz contra a doença. No entanto, como foi erradicada há 40 anos e as campanhas de imunização terminaram pouco depois, as gerações mais jovens não contam com essa proteção.