Uma cobra de quase dois metros apareceu no quintal de uma residência na noite de ontem, segunda-feira (08) no município de Guaramirim, em Santa Catarina – SC.
A cobra que apareceu no quintal da casa era uma jararacuçu, considerada a segunda mais venenosa do Brasil. Os moradores da residência ficaram assustados ao ver o tamanho a serpente.
O animal foi resgatado por equipe de Bombeiros Voluntários e solto em uma área de preservação, nesta terça-feira (09).
JARARACUÇU
Considerada no reino das serpentes como ‘majestade’, a Jararacuçu (Bothrops jararacússu) é a segunda cobra mais peçonhento, ou seja, venenosa do Brasil.
Também é conhecida pelos nomes de: jararacuçu-verdadeiro, surucucu, surucucu-dourada, surucucu-tapete, urutu-dourado, urutu-estrela e patrona, é uma víbora venenosa da família dos viperídeos. De até 2 metros de comprimento e coloração dorsal variável entre cinza, rosa, amarelo, marrom ou preto, com manchas triangulares marrom-escuras.
A serpente mais venenosa que temos o Brasil é a Surucucu.
É encontrada na Bolívia, Brasil (Minas Gerais,Bahia e Mato Grosso até o Rio Grande do Sul), Paraguai e Argentina. São cobras que podem causar acidentes fatais.
O Biólogo, Professor e pesquisador da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Jackson Preuss, deparou-se com uma Jararacuçu.
O Biólogo fez um vídeo relatando mais sobre a característica da serpente. Assista:
VENENO QUE PODE SALVAR
Pesquisadores de universidades paulistas identificaram uma proteína presente no veneno da cobra jararacuçu que pode ajudar no tratamento da covid-19. O peptídeo identificado, ou seja, uma parte da proteína, inibiu 75% da capacidade do vírus de se replicar em células de macaco. O estudo da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Araraquara (SP), foi publicado na revista científica Molecules, em 12 de agosto de 2021.
O professor do Instituto de Química Eduardo Maffud, um dos responsáveis pelo estudo, explica que o grupo de pesquisa já havia identificado toxinas no veneno da jararacuçu que tinham atividade antibacteriana. “Com o avanço da covid, a gente posicionou vários dos nossos peptídeos para ver se eles apresentavam atividade contra o SARS-CoV-2. Felizmente a gente obteve esse resultado interessante”, disse o pesquisador.
De acordo com o pesquisador, um possível remédio com o composto descoberto, ao desacelerar a replicação do vírus da covid-19, daria mais tempo para o organismo agir e criar os anticorpos necessários para resistir à doença. “Isso ainda está em andamento, precisaria de estudos adicionais, mas a gente viu que esse peptídeo impede a replicação ou a multiplicação das partículas virais”, acrescenta Maffud.
Os pesquisadores vão avaliar também a eficiência de diferentes dosagens da molécula, e se ela pode exercer funções de proteção na célula, o que poderia evitar, inclusive, a invasão do vírus no organismo.
Segundo Maffud, os estudos vão seguir com a identificação de outros alvos em que esse peptídeo pode agir e no melhoramento da atividade dessa molécula para, então, serem feitos testes in vivo em cobaias, como camundongos. “Se o resultado for positivo, vamos desenvolver um tratamento.”
Além de cientistas da Unesp, o trabalho envolveu pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Foi um trabalho multidisciplinar, mostrando que a união dos grupos de pesquisa no Brasil pode apresentar resultados muito interessantes”, destacou o professor da Unesp.
(Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil)