Vídeo que circula nas rede sociais e também postado por Henrique Abrahão – O Biólogo das Cobra – em seu canal no YouTube, mostra dois homens cortando a cauda de um jacaré abatido.
O que chama atenção na cena é que a cauda se mexe, enquanto os homens tentam tirar o couro.
De acordo com Biólogo Henrique, isso acontece pois, assim como em outros répteis, os jacaré possuem gânglio neurais em sua cauda, o que faz com que mesmo depois de morto algumas parte dos corpo se mexem por um período.
A cauda que aparece no vídeo certamente é de um um jacaré-açu.
O Jacaré-açu
O jacaré-açu (Melanosuchus niger) é uma espécie de jacaré exclusiva da América do Sul, sendo um predador de topo de cadeia alimentar. Exemplares adultos de grandes dimensões podem predar qualquer animal de seu habitat, inclusive outros predadores de topo, como pumas, onças, jiboias e sucuris, se forem surpreendidos por esses répteis.
É a maior espécie de jacaré, podendo atingir até 4,5 metros de comprimento e mais de trezentos quilogramas. Porém já foram encontrados exemplares com mais de 5,5 metros de comprimento e possivelmente meia tonelada de peso.
O jacaré-açu (Melanosuchus niger, Spix, 1825) é um representante do grupo parafilético dos répteis que possuem um ancestral em comum com mamíferos e aves, além disso é umas das 23 espécies pertencentes à ordem Crocodylia, sendo classificado como um aligator da família Alligatoridae. A família se divide em três gêneros: Caiman, Melanosuchus e Paleosuchus, sendo o jacaré-açu representante do segundo.
Os crocodilianos contam com ossos fortes e porosos, apresentam uma musculatura forte na mandíbula que os permite uma grande abertura da boca e um fechamento rápido. Eles apresentam uma válvula palatal, que é responsável para que a respiração ocorra até mesmo quando a boca contém água ou alimento.
Algumas espécies são capazes de suportar diversos níveis de salinidade devido às glândulas dessalinizadoras, que os permite habitar em águas salgadas e salobras, presentes em mangues e estuários.
Como são animais ectotérmicos e aquáticos, esses seres apresentam adaptações e comportamentos diferenciados para condições climáticas variadas. Por exemplo, seu controle de temperatura corporal ocorre através de trocas de energia com o ambiente, e sua termorregulação é relacionada com as atividades de alimentação, digestão, reprodução e crescimento.
Com relação às famílias da ordem Crocodylia, essas se diferenciam através da morfologia da cabeça, que está relacionada com suas estratégias e preferências alimentares. No caso dos indivíduos da família Alligatoridae, onde o M. niger se encontra, o rosto costuma ser mais largo e a cabeça mais curta.
A espécie Melanosuchus niger é caracterizada pelo seu focinho largo, liso e com uma crista pré-ocular. Sua coloração no dorso é negra com a presença de listras verticais na coloração branca ou amarelada. A mandíbula apresenta manchas acinzentadas nos indivíduos jovens e marrom nos indivíduos adultos. Já os olhos apresentam íris de cor esverdeada.
Essa espécie ocupa uma variedade de habitats, sendo eles grandes rios, riachos, lagos marginais e algumas áreas de inundação sazonal. Na Amazônia, encontra-se sua maioria nos lagos de planície de inundação. No passado, as reações de habitat dos jacarés amazônicos sofreram severas mudanças devido a redução dos indivíduos de M. niger. Tende a preferir águas mais calmas, vivendo em lagos com conexão à grandes rios, em rios de águas escuras, em igarapés, igapós e áreas alagadas. Possuem menor propensão a habitarem águas salobras ou salinas.
Da família Alligatoridae, o jacaré-açu é o maior membro, com machos adultos chegando a ultrapassar 5 metros de comprimento. O tamanho médio da fêmea adulta é de 2,8 metros.
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