No ano da maior crise de oferta na história da indústria automotiva, as vendas de veículos novos em Mato Grosso cresceram 7,65%, segundo levantamento divulgado pela Fenabrave, federação que representa as concessionárias. Em 2021, foram emplacadas 96.675 mil unidades de automóveis, comerciais leves, motos, caminhões, ônibus e implementos rodoviários. Como comparação, no ano anterior, foram 89.803 unidades.
O resultado é positivo, considerando as intempéries do setor automotivo. Para os empresários do setor, devido a demanda as vendas poderiam ser maiores, mas a indústria não conseguiu acompanhar. “O ano apresentou um cenário de inversão na relação entrega e procura. Faltou produto no mercado por conta da escassez de componentes e ocorreu elevação dos preços também. Com a produção reduzida e a demanda em alta, as montadoras mostraram necessidade de aumentar o valor agregado para poder fechar a conta. O aumento nos preços ocorreu em todos os segmentos. A alta generalizada chegou a 30%”, comenta Paulo Boscolo, diretor-presidente da Fenabrave Regional Mato Grosso (Fenabrave-MT).
Boscolo complementa dizendo que a média de crescimento de emplacamentos no ano ficou um pouco abaixo da média nacional que apresentou alta de 10,57%.
Para 2022, além da falta de produtos e alta demanda com fila de espera por modelos, o grande fato a ser destacado é a entrada em vigor do Proconve L7, fase do programa brasileiro antipoluição que traz limites mais rigorosos de emissão para modelos produzidos a partir de março de 2022.
A previsão anterior, era a entrada em vigor em janeiro, mas as montadoras ganharam mais três meses para finalizar unidades que começaram a ser produzidas em 2021 e não foram concluídas a tempo devido a atrasos provocados principalmente pela escassez de semicondutores. “Temos nos primeiros meses do ano modelos 21/22 sendo comercializados e as vendas de modelos 22/22 e 22/23 sendo prorrogadas por conta disso. São mudanças relevantes se pensando no meio ambiente. Envolve, entre outras coisas, isolamento do circuito de combustíveis para evitar liberação de vapores enquanto o carro está desligado. Este é um exemplo”, destaca o diretor-presidente.
Dados por segmentos
Automóveis e comerciais leves: Os segmentos de automóveis e comerciais leves cresceram juntos 8,77% com 44.849 unidades em 2021. Já em 2020 foram 41.234 vendas. Considerando apenas os carros de passeios, ocorreu queda de 0,11%. O segmento de comerciais leves (picapes e furgões) apresentou sozinho crescimento de 29,4%.
Motos: O ano de 2021 fechou com aumento de 1,25% de crescimento nas vendas em comparação com 2020. Foram comercializadas 35.742 unidades e no ano anterior foram 35.302.
Caminhões: O segmento de pesados teve a maior alta entre todos. Foram emplacadas 4.368 contra 3.139 em 2020. A alta de 39,15% é motivada pela pujança do agronegócio que apresenta um cenário diferente do comércio varejista.
Ônibus: As vendas de ônibus subiram 111%, somando 513 unidades contra 243 em 2020. O segmento representa uma participação menor no mercado, mesmo assim surpreendeu.
Implementos rodoviários: Para os implementos rodoviários (reboques, semi-reboques e carrocerias), teve aumento de 11,31% com a venda de 7.184 unidades. No ano anterior, foram 6.454 unidades.