Ontem, 18 de maio, é comemorado o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes”. Com o objetivo de mobilizar a sociedade e dar visibilidade à questão, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) está lançando uma campanha alusiva à data, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).
A campanha conta com palestras de conscientização e orientação contra o abuso ou exploração infanto-juvenil direcionadas aos grupos assistidos pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), focadas no trabalho de fortalecimento de vínculos. Também estão sendo distribuídos cartazes e banners orientativos nas escolas; além da divulgação de vídeos em redes sociais do “Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes”.
A data, neste momento, chama a atenção para a perspectiva de crescimento dos casos de abuso e exploração infantil que ocorrem dentro de casa, em decorrência da pandemia. De acordo com a secretária municipal de Assistência Social, Jucélia Ferro, o objetivo é fortalecer ainda mais as medidas de proteção, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade para a luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
“Essa campanha visa orientar e conscientizar a todos sobre a importância de identificar os sinais de mudança no comportamento das crianças e adolescentes que possam estar sendo vítimas de abuso sexual. Principalmente neste momento de pandemia, em que as crianças estão ficando muito tempo em casa, algumas vezes com pessoas estranhas e, infelizmente, os abusos acontecem, muitas das vezes, no ceio familiar”, pontua Jucélia.
A gestora destaca ainda a importância da denúncia, caso haja suspeita de exploração. “Além de poder buscar os CRAS e CREAS para receber apoio, as famílias podem denunciar o abuso contra crianças e adolescentes através de diversos canais, como o “Disque 100”, Conselho Tutelar ou polícias Civil e Militar. Sempre que houver a suspeita, esse crime deve ser denunciado”, frisa.
18 DE MAIO
A data escolhida para ser do Dia de Combate remete a um crime bárbaro ocorrido em 1973, quando Araceli Cabrera Sanches, de 8 anos, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba.
A escolha do dia como marco aconteceu em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. O evento foi organizado pelo Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes (CEDECA/BA), representante oficial do Ecpat, organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia. O encontro reuniu entidades de todo o país. Foi nessa oportunidade que surgiu a ideia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil. O dia se tornou oficial por meio da lei nº 9.970, de iniciativa da então deputada Rita Camata.