A Prefeitura de Sinop, Câmara de Vereadores e Unesin (União das Entidades de Sinop), com apoio do Sindicato Rural, lideranças políticas Federais, Estaduais e do setor produtivo, recepcionam nesse sábado (21), o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. O encontro, para debater e fortalecer o apoio à implantação da Ferrogrão, será em Sinop/MT, no Centro de Eventos Dante de Oliveira, às 10h00 e será fechado para participantes previamente credenciados. A ferrovia cumprirá um papel estruturante para o escoamento da produção de milho, soja e farelo de soja do Estado do Mato Grosso, prevendo-se ainda o transporte de óleo de soja, fertilizantes, açúcar, etanol e derivados do petróleo.
A Ferrogrão ou tecnicamente chamada de EF-170, foi qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) em 2016 e é considerada como uma obra de interesse nacional. A ferrovia vai ser essencial ao desenvolvimento da matriz de transportes brasileira e representa importante alternativa logística para o escoamento de cargas do Centro-Oeste por meio do Arco Norte. Atualmente, o escoamento de mais de 70% da safra de Mato Grosso, depende da utilização dos portos do Sudeste e Sul, até os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), com dois mil quilômetros de distância, pela BR-163.
O QUE É A FERROGRÃO?
O investimento previsto na implantação da ferrovia é de R$ 8,42 bilhões iniciais, podendo ser financiado pela emissão de títulos verdes ou green bonds. Ao longo do período de operação, são estimados outros R$ 13,1 bilhões de investimentos, totalizando R$ 21,5 bilhões de investimentos na concessão.
O corredor ferroviário transportará, pelos seus 933 km de trilhos, soja, farelo de soja e milho, principalmente. A estimativa é de que sejam transportadas mais de 20 milhões de toneladas de cargas no início da operação, prevista para 2030, e de cerca 50 milhões de toneladas ao final do período de 69 anos de concessão.
O trecho objeto da concessão compreende o segmento ferroviário entre os municípios de Sinop/MT e Miritituba, distrito do município de Itaituba/PA, onde serão instalados os portos. Possui aproximadamente 933 km de extensão, sendo complementado por dois ramais: Santarenzinho, entre Itaituba/PA e Santarenzinho, distrito do município de Rurópolis/PA, com cerca de 32 km de extensão; e Itapacurá, localizado integralmente no município de Itaituba/PA, com aproximadamente 11 km de extensão.
De acordo com o projeto oficial da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a Ferrogrão terá uma bitola de 1,6 metro, sobre um gabarito de 5,5 metros. Esse trilho deve ser projetado com 30 cm de altura, sobre dormentes de concreto protendido, com capacidade para suportar 32 toneladas por eixo.
O comboio vai ter 160 vagões, transportará aproximadamente 12 mil toneladas com três locomotivas, seis motores, em vez de usar 300 motores, que são 300 caminhões. Dessa forma, gerará redução de 30% a 40% no custo de frete, algo estimado em R$ 19,2 bi, quando comparado ao transporte rodoviário. A ferrovia gerará quase 373 mil empregos no total, sendo 30 mil diretos.
DIMINUIÇÃO DE EMISSÕES DE CO2:
O empreendimento aliviará as condições de tráfego na BR-163, com o objetivo de diminuir o fluxo de caminhões pesados e os custos com a conservação e a manutenção. Ao aliviar o tráfego de caminhões na BR-163, o transporte ferroviário de carga apresenta alto potencial de redução nas emissões de carbono pela queima de combustível fóssil. Esse potencial de redução possibilita que o empreendimento atenda premissas orientadas pelo Climate Bonds Initiative (CBI) para permitir futuras emissões de títulos verdes via instrumentos de crédito.
O uso da ferrovia, em comparação à rodovia, causa menos impacto ambiental ao longo prazo. Uma das razões para isso é o fato de as ferrovias terem acessos físicos fixos que evitam os acessos por vias vicinais comuns às rodovias. A ferrovia se constitui numa barreira física ao desmatamento, enquanto a rodovia é considerada vetor indutor. Além disso, a Ferrogrão gerará compensações socioambientais estimadas em R$ 765 milhões.
ANDAMENTO DA IMPLANTAÇÃO:
O estudo de viabilidade técnica e econômica para implantação foi concluído em 2017. A consulta pública concluída em 2020.
Status atual: Aguardando publicação do Acórdão do TCU (Tribunal de Contas da União) e lançamento do edital para o leilão de concessão.
*Lançamento do edital: 4º trimestre de 2021
*Leilão: 1º trimestre de 2022
*Contrato: 2º trimestre de 2022
A previsão é que a ferrovia seja concedida no sistema vertical de exploração, com uma única empresa responsável pela prestação do serviço. A empresa construirá a ferrovia e poderá explorá-la por 69 anos.