O diretor de comunicação do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), doutor Adeíldo Lucena, disse em transmissão ao vivo que não há estudos que comprovem o uso de ivermectina como prevenção ao coronavírus. O fármaco é recomendado no tratamento de vários tipos de infestações por parasitas.
Sobre o ‘kit-covid’, usado no tratamento precoce, ele comentou que virou “algo mais ideológico do que de medicina e ciência”. No entanto, ponderou que cabe a cada profissional definir a recomendação.
“Não temos estudos mostrando ainda que ela previne. Ela fica 24 horas no organismo. Vai ter que usar todos dias ivermectina se realmente funcionasse? Não sabemos disso. Não tem recomendação em nenhum lugar sobre fazer a profilaxia com invermectina”, afirmou.
“O médico tem que definir para cada pessoa. O vírus é o mesmo, mas as pessoas são diferentes. De acordo com cada pessoa, você vai medicar. Se você tem um kit, você está colocando todo mundo em um ‘balaio’ só. Nós somos diferentes, manifestamos a doença de formas diferente. Cada um de nós tem sua individualidade. Em cima dela, que vem a medicação. O kit engessa o médico, põe todo mundo igual. As pessoas não são iguais”, acrescentou.
Sobre pessoas que estariam indo em clinica veterinária procurar o medicamento, ele considerou a medida o “cúmulo da histeria”.
“A gente usa muito remédio de ser humano no animal, mas do animal para o ser humano, fica complicado. Ainda mais sem saber se realmente vai trazer essa proteção que as pessoas querem. Proteção é usar máscara, lavar as mãos, manter o distanciamento social, manter o isolamento domiciliar e o lockdown. Isso seria uma coisa preventiva, não resolutiva. Mas ir em uma loja veterinária comprar uma ivermectina para o animal e tomar, é o cúmulo da histeria”, disse.