Tolerância Zero foi apontado pela Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) como responsável por uma redução significativa de materiais ilícitos nas unidades prisionais, conforme relatório oficial divulgado pela pasta. O documento registra que 85% das 41 unidades de Mato Grosso passaram seis meses sem apreensões ou com apenas um flagrante entre 28 de novembro do ano passado e 23 de novembro deste ano.
Contexto e dados do levantamento
Conforme apurado pela reportagem, o levantamento leva em conta 997 operações realizadas ao longo de um ano dentro do Programa Tolerância Zero contra facções criminosas. Em 18 unidades, não houve registro de qualquer material ilícito, enquanto outras seis contabilizaram entre duas e quatro ocorrências no período.
Entre as unidades com zero apreensões estão centros e cadeias de municípios como Peixoto de Azevedo, Lucas do Rio Verde, Araputanga, Chapada dos Guimarães, Mirassol d’Oeste e São Félix do Araguaia. Os centros de detenção de Pontes e Lacerda e Juína aparecem entre aqueles com apenas um registro.
Redução de celulares apreendidos
Segundo nota oficial da Sejus, um dos indicadores de maior queda foi a entrada de celulares. A primeira operação simultânea realizada nas 41 unidades, em dezembro de 2024, apreendeu 173 aparelhos. Já a última, em 21 de novembro deste ano, localizou apenas 20, uma redução de 88,43%.
O secretário de Justiça, Vitor Hugo Bruzulato, afirmou que o programa busca isolar lideranças criminosas e fortalecer o controle interno. “O objetivo é impedir a continuidade do ilícito dentro das unidades e enfraquecer a influência das facções”, informou.
Impactos no sistema penitenciário
Lançado pelo Governo do Estado em novembro de 2023, o programa Tolerância Zero influenciou diretamente a queda nos índices criminais e a reorganização do sistema penitenciário. Entre os resultados de um ano de operações estão a apreensão de 3.623 celulares, 59 drones e 7,1 mil porções de entorpecentes, segundo dados oficiais.
Por que o relatório importa
A política de enfrentamento às facções, segundo especialistas em segurança pública consultados pela reportagem, depende do controle efetivo dentro das prisões. Indicadores como a redução de celulares e entorpecentes são considerados estratégicos para limitar a atuação de grupos criminosos e dar suporte às forças policiais.
Reportagem baseada em dados oficiais da Secretaria de Estado de Justiça e documentos públicos.
Box informativo
- 41 unidades prisionais avaliadas
- 85% sem apreensões ou com apenas um flagrante
- 997 operações ao longo de um ano
- Redução de 88,43% na apreensão de celulares
- Mais de 7 mil porções de drogas retiradas do sistema
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