As aulas na rede estadual de Mato Grosso estão suspensas desde o dia 23 de março. São 386 mil alunos que estudam na rede pública e mais de 30 dias letivos que não foram cumpridos. Apesar de alguns municípios já terem anunciado o retorno as aulas, na rede estadual há duas previsões de volta, em junho, no dia 1º ou no dia 15.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc), no entanto, informou que o retorno vai depender do comportamento do vírus durante esse mês de maio, já que o comércio voltou a funcionar e 70% da frota de ônibus também.
Haverá uma verificação semanal com especialistas da saúde que estão estudando o comportamento da Covid-19 em Mato Grosso, e isso, determinará o dia certo da volta às aulas.
Inicialmente, houve o planejamento com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e proteção do espaço físico no retorno. Haverá atendimento por alternância. Turmas que possuem mais 30 alunos vão ter aulas presenciais e não presenciais para cumprir o distanciamento de 1,5 metro. Além disso, o Conselho Nacional de Educação (CNE) permitiu que, dos 200 dias letivos necessários anualmente, poderão ser cumpridos 160 dias.
Nesse momento, a Assembleia Legislativa permitiu aulas pela TV Assembleia a partir do dia 18 de maio. As aulas serão de segunda a sábado, das 7h às 8h, com reprise das 20h às 21h. Também terá aulas pela plataforma chamada Aprendizagem Conectada. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, por dia, essa plataforma possui 150 mil alunos conectados. A estimativa é de que esse número aumente nesse período de pandemia.
Nessa plataforma, o aluno tem acesso a todas as atividades programadas, desde o ensino infantil até o ensino médio, inclusive para alunos de pré-Enem. Professores da rede pública e privada se voluntariaram para auxiliar os alunos que vão prestar vestibular esse ano. São disponibilizados livros didáticos e apostilas virtuais que podem ser baixadas.
Porém, 40% dos alunos de Mato Grosso não têm acesso à internet e para que eles tenham aulas serão entregues apostilas impressas pelas escolas. Para escolas de campo e indígenas, as apostilas impressas também serão oferecidas.
Em relação às avaliações, elas vão ser feitas no decorrer do ano letivo quando houver o retorno. Os alunos, os pais e escolas foram orientados para que as atividades pedidas precisam ser organizadas em um caderno ou pastas.
Depois do retorno, esse caderno deverá ser entregue para os professores e será feita uma revisão para o fechamento dos conteúdos vistos.
Segundo a Secretária Estadual de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, o objetivo das medidas tomada pela Seduc é fazer com que o aprendizado chegue até os alunos nesse momento de pandemia e alerta sobre o isolamento social.
“Tem que haver também o interesse do aluno de buscar conteúdo, pesquisar. As crianças que estão em casa, cumpram o isolamento de forma rigorosa, não saiam. O governo do estado está trabalhando para minimizar os danos causados a educação nesse momento”, afirma.
Mato Grosso atualmente possui três calendários letivos:
- O primeiro são de escolas que não adotaram o movimento grevista e tiveram início das aulas no dia 10 de fevereiro, totalizando 438 escolas. Para esses professores, os contratos estão garantidos e a reposição de aulas será feita no retorno;
- O segundo são escolas que adotaram o movimento grevista e tiveram início das aulas no dia 23 de março. A pandemia já estava estabelecida então houve a suspensão do calendário letivo. As crianças estão tendo aulas online, mas não está sendo contabilizado como hora/aula, já que o calendário não teve início. A previsão dessas escolas para o término do ano letivo de 2020 era do dia 12 a 18 de 2020, com a pandemia, o término está previsto para o início de fevereiro.
- A terceira é o caso específico de uma escola de Cáceres, e está sendo organizado para que as aulas retornem junto com o segundo calendário.