A Educação está em constante transformação, desenvolvendo ações que possam sensibilizar e motivar os alunos a diversos conhecimentos. Nessa linha, a Diretoria Regional de Educação (DRE) do Polo Cáceres, por meio da sua Coordenadoria de Gestão Pedagógica (COPED), trabalhou para que 10 novas unidades escolares, das 49 existentes na região, aderissem ao Projeto Horta Escolar, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).
A ação veio após orientações da Coordenadoria de Educação do Campo (COQC), ligada à Superintendência de Diversidades (SUDI), da Secretaria Adjunta de Gestão Educacional (SAGE) da Seduc-MT. Por meio de uma visita técnica, no fim de junho, foi possível avaliar os aspectos positivos e os desafios encontrados na execução do projeto e sua articulação com as ações pedagógicas das escolas.
As equipes envolvidas destacaram no relatório os ganhos no ensino-aprendizagem, por meio do envolvimento coletivo dos profissionais da Educação, alunos, familiares, além de voluntários da comunidade. Segundo Roseli Lima, assessora pedagógica da COPED, essas 10 escolas irão balizar para que outras também façam adesão futuramente. “É uma ação que busca educar pela pesquisa e também proporcionar aos estudantes a sensibilização quanto à alimentação saudável, aos cuidados com o meio ambiente, a valorização de técnicas agrícolas, o empreendedorismo e senso do trabalho em equipe, por meio de uma aprendizagem colaborativa”, explicou.
Com esse projeto, outro fator positivo é o incentivo à produção de subsídios alimentares, essenciais para a sobrevivência saudável, a partir de alimentos sem agrotóxicos (ou orgânicos), sem a utilização de insumos, adubos industrializados, o que promove melhor qualidade de vida. “Nesse sentido, conscientizamos os alunos de sua relevância para a saúde, educação ambiental e alimentar”, completou Nilcéia Saldanha, Coordenadora Pedagógica da DRE.
Embora os trabalhos em torno de uma horta escolar pareçam simples, a oportunidade de se explorar a educação ambiental torna-se uma prática necessária para fortalecer as relações homem–ambiente. A observação é de Lucia Santos, Superintendente de Diversidades da Seduc-MT. “A escola é um território importante para a formação e entrelaçamento de saberes e a horta escolar é ferramenta estratégica nesse processo”, analisa.
Um exemplo de que a Horta Escolar produz bons frutos, em todos os sentidos, está na recente conquista da Escola Estadual Criança Cidadã, que fica no Bairro Cidade Nova, em Cáceres. Coordenado pelo professor Eurico Cabreira dos Santos, o projeto da sua horta está entre os 10 finalistas do IV Prêmio Educação em Ciências, promovido pela Comissão de Ensino da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) com o apoio do Instituto Questão de Ciência. Uma iniciativa que visa prestigiar e reconhecer o trabalho de professores de ciências da natureza da Educação Básica que contribuem para a otimização do processo de ensino e aprendizagem de ciências nas escolas públicas do Brasil. Outros modelos de boas práticas são o da Escola Estadual Madre Cristina, no Assentamento Roseli Nunes em Mirassol D’Oeste, na qual a Horta Escolar produz o açafrão utilizado na alimentação escolar, além da Escola Estadual Dr. José Rodrigues Fontes, em Cáceres, em que a produção da sua horta contribui com a alimentação escolar.
Além de produzir alimentos e exercitar práticas de convivência coletiva, ao instalar uma Horta Escolar transforma-se uma área sem uso em área produtiva e de troca de conhecimentos. No caso das 10 escolas que tiveram seus projetos aprovados nessa fase pela Coordenadoria de Educação do Campo, o primeiro exercício já ocorreu com o envolvimento do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE) e do Grêmio Estudantil. “De imediato já houve uma mobilização para aquisição de materiais para isolamento da área de plantio”, contou Nilcéia Saldanha.
Ela destaca que, em todo o processo de criação das hortas até a adesão ao projeto da Seduc-MT, o envolvimento dos 2.776 alunos das 10 escolas foi intenso, além do empenho pessoal dos gestores da DRE, Soeli Rossi e Leandro Almeida. “Gestores e comunidade escolar participaram do planejamento, aquisição dos insumos, entraram na escala de trabalho e até contribuíram quando a sobra dos alimentos produzidos foi doada instituições da comunidade”. Nilcéia também destaca a parceria entre alunos e profissionais do apoio escolar, afim de organizar para reaproveitar a grande quantidade de folhas que caem das árvores do espaço. “Elas não viraram lixo. Foram destinadas para decomposição e transformadas em adubo orgânico”, finalizou.