Representante do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) e suplente de deputado estadual, Henrique Lopes criticou o governador Mauro Mendes (DEM) pela intenção de extinguir autarquias e secretarias e pelo não pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) aos servidores públicos, e sugeriu outras alternativas para cortar despesas, como mudanças na concessão de incentivos fiscais.
As medidas estão previstas em projetos apresentados pelo governo do estado e foram discutidas nesta terça-feira (22), na Assembleia Legislativa (ALMT).
Durante o discurso, Henrique citou trecho do livro “O princípe”, de Nicolau Maquiavel, como sendo uma possível inspiração as decisões tomadas pelo governador nesse início de mandato. Medidas essas que, segundo o Mauro Mendes são necessárias para amenizar a crise financeira que o executivo tem enfrentado.
“Ele [Mauro Mendes] parece que leu ‘O Príncipe’, onde diz que ‘se for para fazer o mal, faça de uma vez e, se for fazer o bem, faça a conta gotas; ‘melhor se temido do que ser amado’, mas os verdadeiros enfrentamentos ele não faz”, citou, ao se referir aos incentivos fiscais concedidos às empresas privadas e aos outros Poderes, o Legislativo e o Judiciário.
Henrique afirmou que os servidores não são contrários às medidas que vão proporcionar desenvolvimento ao estado. Entretanto, sugeriu que haja discussão e planejamento e que não apenas o servidor seja o “vilão da história”.
“Se existe um novo modelo de desenvolvimento, precisamos discutir e não beneficiar meia dúzia de ‘barões’ com vultuosos incentivos e isenções fiscais e agora querer usar o servidor como ‘bode EXPIATÓRIO'”, reforçou.
O suplente de deputado defendeu que os recursos que poderiam advir de impostos pagos por empresas e indústrias que exploram as riquezas do estado, podem ser reinvestidos em ações populares, sem que fossem necessárias medidas tão drásticas.
“É uma ação quase que predatória daqueles que querem produzir sem devolver ao estado a quantia devida para que o governo pudesse investir em saúde, educação e segurança”, criticou.
Ele finalizou dizendo que é preciso rever a situação.
“O governo precisa repensar seu atos. Não quero crer que ele não seja inteligente a ponto de não imaginar que todas as medidas que está tomando sejam um desastre”, concluiu.