A Escola Estadual Liceu Cuiabano “Maria de Arruda Muller” comemora nesta segunda-feira (03.12) 139 anos de criação. Apesar da tradição, o Liceu Cuiabano busca manter a grade curricular atualizada, o que faz com que seja uma das escolas mais procuradas em Cuiabá.
Criado pela Lei nº 536 de 03 de dezembro de 1879, foi fundado em 7 de março de 1880. A escola, que ocupa uma quadra entre as Avenidas Getúlio Vargas e São Sebastião e as Ruas Presidente Marques e Cândido Mariano, possui terreno de 11,3 mil metros quadrados, com área construída de 3,7 mil metros quadrados.
A primeira escola de Cuiabá foi criada inicialmente para atender a elite da capital mato-grossense, conforme explicou o diretor Alceu Trentin. “Naquela época só podia estudar no Liceu Cuiabano quem tinha posses. Os filhos da elite cuiabana iam depois para o Rio de Janeiro completar os estudos”, contou.
Mesmo com o peso da tradição, o primeiro prédio a abrigar a escola foi na Praça Ipiranga, onde atualmente funciona o Ganha Tempo. Em 1926, foi transferido para o Palácio da Instrução e depois para o local onde está a sede dos Correios, na Praça da República, e só ganhou sede própria em 1944, construído durante a gestão do interventor Júlio Strübing Müller.
Atualmente com cerca de 1.500 alunos e 130 funcionários, o Liceu Cuiabano atende o Ensino Médio em 14 salas de aula. A escola também conta com refeitório, anfiteatro, ginásio de esportes, campo de futebol, biblioteca e laboratório de informática.
“A estrutura do prédio é invejável, em todos esses anos passamos por apenas uma restauração, em 1998. Grande parte do material de construção veio do Rio de Janeiro, como as pedras da fachada. O piso também veio de fora. Tudo foi projetado para ser uma grande escola. Conforme a neta do então interventor do Estado, Marina Muller de Abreu Lima, o avô usou o argumento de que a educação era tão nobre que precisava de obras nobres. Justamente por ser uma construção histórica foi tombado pelo patrimônio estadual em 1983”, lembrou o diretor.
O currículo do Liceu Cuiabano foi pensado de forma diferenciada. Alceu Trentin explicou que, desde 2008, a grade de aulas é composta de mil horas anuais, sendo 600 horas com o currículo escolar tradicional e 400 horas com oficinas e projetos desenvolvidos pelos alunos.
As aulas extras são oferecidas nas sextas-feiras, quando os alunos podem desenvolver aptidões nos esportes de xadrez, dama e bozó, na dança, violão, coral, teatro e pintura, além de participar da banda de percussão, a mais antiga de Mato Grosso e bastante premiada nacionalmente.
Entre os projetos desenvolvidos na área da ciência, os alunos ganharam prêmios estaduais e participaram de uma feira de tecnologia em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
“Por todo esse trabalho desenvolvido de forma diferenciada, quando chega o período de matrículas nossas vagas são as primeiras a acabar em Cuiabá”, pontuou Alceu Trentin.
Desde a fundação, foram alunos da escola nomes ilustres como Marechal Cândido Rondon, o ex-presidente Eurico Gaspar Dutra, Maria Dimpina Lobo Duarte – primeira mulher a estudar na escola -, os ex-governadores Aecim Tocantins, Carlos Bezerra, Júlio Campos, Dante Martins de Oliveira, ex-senador Antero Paes de Barros, e o atual governador Pedro Taques.
Estão no quadro de ex-professores Isaac Póvoas, Cesário Neto, Nilo Póvoas, Dunga Rodrigues e outras personalidades da história de Cuiabá.