Um espaço de amamentação destinado às presas na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, foi construído com a mão de obra de aproximadamente de 20 detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE), maior unidade prisional de Mato Grosso e que também fica na capital. A inauguração das salas foi nessa terça-feira (27).
Os presos que trabalharam na construção do espaço têm direito as penas reduzidas. A cada três dias trabalhados, um é desconto da pena, segundo a lei.
Conforme a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), a construção do espaço atende uma exigência judicial e reflete a necessidade de ter um local adequado para que mães, mesmo que na condição de custodiadas, possam dar atenção aos filhos recém-nascidos.
O espaço materno-infantil tem capacidade para abrigar 20 reeducandas. Possui seis quartos com banheiros, além de sala para aleitamento, área de saúde, brinquedoteca e um miniparque.
Atualmente, tem duas gestantes na penitenciária, mas no momento nenhuma lactante.
Para a diretora da penitenciária, Maria Giselma Ferreira da Silva, é importante a criança recém-nascida passar seus primeiros meses em um ambiente ameno, mais infantil e adaptado para as suas necessidades.
A obra custou R$ 450 mil e os recursos são provenientes do estado.
A mobília foi obtida por meio de convênio com o Departamento Penitenciário Nacional que destinou armários, bebedouro, refrigerador, conjunto escolar infantil, cadeira para refeição infantil, oxímetro de pulso, estetoscópio, autoclave e poltronas.
Mato Grosso tem sete unidades prisionais femininas localizadas em Cuiabá, Colíder, Cáceres, Nova Xavantina, Nortelândia, Tangará da Serra e Rondonópolis, que abrigam atualmente 553 mulheres.
A primeira unidade a contar com um espaço humanizado para abrigar mulheres gestantes e lactantes foi a cadeia de Nortelândia, a 254 km da capital, que atualmente tem uma gestante em final de gravidez e uma lactante com um bebê de um mês de vida.
A inauguração do espaço materno-infantil contou com a apresentação do coral formado por reeducandas, coordenado pelo projeto Resgatando Vidas, de uma igreja que desenvolve atividades de evangelização na unidade prisional. A penitenciária Ana Maria do Couto tem 173 mulheres custodiadas.