A Polícia Civil de Mato Grosso investiga a origem dos R$ 4,6 milhões que foram apreendidos em um avião que fez um pouso forçado em Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, no dia 30 de junho.
O piloto do avião, de 61 anos, foi ouvido e liberado pela polícia. Ele disse que usaria o dinheiro para comprar ouro em uma empresa que será aberta em Itaituba (PA).
A Polícia Civil disse que não foram encontrados registros criminais contra o piloto, no entanto, ele é investigado por lavagem de dinheiro e ocultação de bens (dinheiro e valores).
O delegado Vinícius Nazário, responsável pela investigação, disse que o dinheiro passa por um processo de classificação em um banco onde foi depositado.
“Isso é necessário para saber de onde saiu esse dinheiro, de qual banco e de qual lugar do país. Vamos ouvir as pessoas envolvidas nessa compra de ouro, que seriam sócios dele [do piloto] que moram em Sorocaba (SP)”, comentou ao G1.
Os supostos sócios serão ouvidos por meio de carta precatória. Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) fez uma perícia no avião, mas o delegado ainda não recebeu o relatório do órgão.
O avião foi apreendido pela polícia e lacrado.
O caso
O avião, Cesnna 206 T, prefixo PR-RMHano 2005, fez pouso forçado em um aeroporto rural a 5 km de Alta Floresta.
De acordo com a Polícia Civil, apenas o piloto estava na aeronave.
Ele saiu de Sorocaba, em São Paulo, com destino a Itaituba. O avião faria duas paradas de abastecimento, sendo uma em Jataí, em Goiás, onde o piloto percebeu o problema na aeronave.
Mesmo assim ele seguiu a viagem com a próxima parada em Alta Floresta, local onde fez o pouso forçado.
Moradores ligaram para a polícia dizendo que um avião havia ”caído” no aeroporto. Os policiais foram ao local e encontraram o piloto embarcando em um táxi.
No avião a polícia encontrou seis malas contendo uma enorme quantia em dinheiro, totalizando R$ 4.679.750.
O advogado do piloto afirmou que o piloto atua como parceiro do proprietário da empresa de compra de ouro, que vai começar a atuar em breve no município paraense.
Conforme a defesa, o piloto pegou o dinheiro em Sorocaba (SP) do proprietário da empresa, que também é dono de um táxi-aéreo e teria vendido um jato.
O advogado afirmou que o piloto mora em São Paulo desde que tinha 3 anos de idade, é piloto de profissão, vende aviões e concordou com a quebra de sigilo bancário.