Policiais civis das Delegacias da Polícia Civil em Gaúcha do Norte e Paranatinga cumpriram nesta sexta feira (12.11) mandados judiciais que integram uma ação sobre crimes de estupro de vulnerável e pedofilia cometidos contra uma criança de sete anos.
Os mandados de busca e apreensão foram requeridos pelo Ministério Público Estadual e cumpridos pela Polícia Civil, em dois endereços no município de Gaúcha do Norte (595 km ao norte de Cuiabá).
Foram aprendidos celulares, pendrives e notebooks que serão analisados pela Polícia Civil e posteriormente submetidos à perícia.
Uma das buscas foi realizada em fazenda a 15 quilômetros de Gaúcha do Norte e outro mandado foi cumprido em uma casa na cidade.
O inquérito que apurou os crimes de estupro de vulnerável e pedofilia praticados contra uma criança de sete anos foi concluído pela Delegacia de Gaúcha do Norte e remetido ao Poder Judiciário.
A violência sexual contra a mulher no Brasil
No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento.