Um paciente de 59 anos foi colocado em uma sala usada como depósito na Policlínica do Coxipó, em Cuiabá, devido ao odor causado por uma ferida que ele tem no pé, segundo a família. O homem que é diabético, está internado desde quinta-feira (15) aguardando uma cirurgia para amputar um dedo.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o paciente procurou a policlínica em estado agravado de diabete e teve que ser colocado separado dos demais pacientes. A secretaria afirmou que o local é uma sala usada para fazer inalação de aerossol.
“O paciente está regulado para cirurgia, mas, devido à falta de vaga, seguirá sendo atendido na policlínica, onde está recebendo toda a assistência possível de médicos vasculares, enfermeiras especialistas em ferimentos, entre outros cuidados”, disse.
A filha do paciente, contou que o pai estava em um quarto da unidade de saúde, no entanto, após a reclamação de outros pacientes por causa do odor, ele foi levado para uma área isolada.
A sala não tem banheiro e, segundo a jovem, falta assistência médica, já que poucos funcionários passam pelo local.
“O colocaram em um depósito e não pode ficar acompanhante. Quando cheguei para visitá-lo ele estava gritando de dor e não tinha ninguém para ajudar. Desde quinta-feira ele não conseguiu tomar banho, porque não tem banheiro. Já faz mais de 24 horas que não fazem um novo curativo. Ele não merece isso que estão fazendo”, disse.
O homem trabalha como autônomo na capital e teve um calo no pé. Devido à diabete, o ferimento demorou para cicatrizar e a família decidiu levá-lo ao médico.
“Levamos para a policlínica, fizeram um procedimento nele e mandaram de volta para casa. Dias depois, houve uma piora, então voltamos para a policlínica, mas até agora nada foi resolvido”, explicou.
A jovem disse que a unidade de saúde informou à família que o homem precisa ser transferido para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) para fazer a cirurgia. No entanto, não conseguiram vaga.
“Com todo esse descaso, vamos esperar a transferência até quando? Não tem banheiro, está cheio de mosquitos e as enfermeiras passam às vezes. Ontem (17) ele teve que ligar para a minha mãe para que ela pedisse aos médicos para fazer um curativo. Ele está com febre, pressão alta e gemendo de dor”, relatou.
De acordo com a secretaria de Saúde, o HMC está lotado devido ao fato de ser o único hospital do município que está atendendo pacientes com doenças que não estão relacionadas à Covid-19.