O número de casos reportados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) hospitalizados aumentou de 0,26 por mil para 0,52 por mil habitantes em Mato Grosso em duas semanas. O primeiro número é referente à décima semana do ano (1 a 7 de março) e, o segundo, da 12ª semana (15 a 21 de março). Os dados são da Fundação Oswaldo Cruz, principal instituição não-universitária de formação e qualificação de recursos humanos para o SUS e para a área de ciência e tecnologia no Brasil. Em relação à 12ª semana de 2019, o número também aumentou 48%.
A síndrome respiratória grave pode ser causada por diversos vírus, dentre eles o coronavírus. Nesta semana, a Fiocruz veio a público divulgar os dados alarmantes. Em todo o Brasil, o número de casos foi nove meses maior na semana de 15 a 21 de março do que na anterior.
Um dos pesquisadores responsáveis pelo monitoramento, Marcelo Gomes, da Fiocruz, afirmou ao HuffPost Brasil que os dados são de “comportamento extremamente atípico para esta época do ano” e que revelam que a “infraestrutura de atendimento hospitalar já está observando uma carga de ocupação em função de SRAG extremamente elevada”. “Já está demandando mais recurso do que o padrão histórico”.
Como o Brasil não está testando todas as pessoas com sintomas do novo coronavirus (COVID-19), muitos destes casos retratados podem estar associados à doença, e o número de infectados, então, pode ser maior do que os já confirmados.
A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é aquela em que o paciente tem sintomas gripais, além de dificuldade de respirar ou um dos seguintes sintomas: redução de saturação de oxigênio no sangue a um nível menor que 95%, desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória, piora nas condições clínicas de doença inicial, hipotensão ou outro quadro de insuficiência respiratória aguda.
O Ministério da Saúde também divulgou, com base no sistema de vigilância, que nas últimas cinco semanas foram registradas 11.257 hospitalizações de pessoas com sintomas gripais. Desse total, 391 eram casos confirmados de covid-19, sendo 341 graves.
Nos dados da Friocruz também é possível observar que, na semana número 12, a incidência de SRAG foi maior em meninos de 0 a 4 anos de idade e meninas de 5 a 9 anos de idade, enquanto na semana número 10, somente em meninas de 5 a 9 anos de idade. Em ambas as datas, também houve casos em idosos homens e mulheres. Já na semana número 12 em 2019, os casos atingiram mais crianças, e nenhum idoso.