Acabar com a longa espera para conseguir consultas oftalmológicas ou cirurgias necessárias para melhorar a qualidade de vida da população luverdense tem sido uma das metas da Secretaria Municipal de Saúde ao dar continuidade a mutirões como esse iniciado na manhã de sábado (03), no PSF XIV, e que se estendeu até esta segunda-feira. Ao todo, a equipe cirúrgica atendeu mais 100 pacientes da lista da Central de Regulação.
O alívio e a emoção eram perceptíveis no rosto da mineira Cleusa Alves Rodrigues, de 60 anos, logo após sair da sala onde operou um dos olhos afetado pela doença. Residente em Lucas do Rio Verde há três décadas, ela disse que sentia a perda gradativa da visão há bastante tempo e que só recentemente procurou uma solução para o problema. “Minha vista estava muito fraca. A cirurgia foi ótima, não estou sentindo dor nenhuma e espero não sentir nada”, declarou.
Popularmente chamado de ‘carne crescida’, o pterígio trata-se de uma doença que geralmente afeta as pessoas que passam muito tempo ao ar livre, expostas ao vento e ao sol, podendo atingir um ou ambos os olhos. Sua denominação vem do grego pteron (asa) como referência ao seu formato triangular. Normalmente cresce de forma lenta e pode parar seu crescimento em certo ponto. Em casos avançados, a lesão continua progredindo até recobrir o eixo visual correspondente à pupila e interferir na visão.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Rafael Bespalez, embora a cirurgia de pterígio seja um procedimento bastante simples, o paciente precisa tomar uma série de cuidados específicos, como evitar poeira no olho, trocar curativo e aplicar colírio regularmente. A primeira consulta de retorno já fica agendada assim que o paciente sai da sala de cirurgia e, posteriormente, ele terá acompanhamento de longo prazo para assegurar a efetividade da cirurgia.
Bespalez disse que também foram feitas 300 consultas oftalmológicas durante a semana comemorativa do aniversário de 31 anos de Lucas do Rio Verde e que os mutirões realizados nesta semana totalizaram um investimento de mais de R$ 70 mil. “Fizemos esse trabalho durante o período festivo e o feriado como uma forma de dar uma alegria para essas pessoas, reduzindo esse tempo de aflição e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida delas. Agradeço à equipe da Clinica de Olhos que está realizando este trabalho e também à equipe do PSF que está aqui cuidando com todo carinho da saúde dos cidadãos de Lucas, que merecem todo esse cuidado”, declarou.
A iniciativa dos mutirões tem contribuído para diminuir a lista de espera. Mesmo assim, ainda existem pacientes que aguardam a realização de cirurgia de pterígio desde novembro de 2018. “Alguns anos atrás, algumas pessoas aguardavam cinco anos para realizar essa cirurgia. Mesmo hoje, se comparado com municípios da nossa região, o tempo de espera em Lucas do Rio Verde é menor, tanto para consulta como para cirurgia. O nosso objetivo sempre será acabar com as filas de espera e que as demandas dos pacientes sejam atendidas o mais rápido possível mesmo que isso seja algo incontrolável quando se lida com doenças”, ressalta.
Anteriormente, outros 120 pacientes com catarata foram beneficiados com o mutirão cirúrgico realizado em janeiro e, em junho, mais 100 pessoas com pterígio haviam sido operadas. Os procedimentos realizados com recursos próprios têm a parceria do Consórcio Público de Saúde Vale do Teles Pires.
