O delegado Eugênio Rudy Junior, responsável pelo Núcleo de proteção a criança, mulher e idoso da Delegacia Judiciária Civil de Lucas do Rio Verde, confirmou ao portal CenarioMT a investigação sobre um caso de aborto qualificado, ocorrido nesta terça-feira no município.
De acordo com o delegado, uma mulher que estava gestante de aproximadamente seis meses, moradora no bairro Jardim das Primaveras, teria tomando medicamento (produto) para induzir o aborto.
“É um fato lamentável, muito triste, onde não gostaríamos de estar investigando um caso como este”, descreveu o delegado.
Após o abordo, o companheiro da mulher colocou o feto de quase 1,5 kg dentro de um saco de lixo e jogado em um container do SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto.
Após o aborto induzido, a mulher teve intensa hemorragia e foi levada pelo companheiro até o Hospital São Lucas.
Na unidade hospitalar, a médica que atendeu a paciente, descobriu que a mesma havia feito o aborto, pois parte do cordão umbilical do bebê ainda estava em seu corpo.
Pressionados, os pais confessaram que criança teria sido jogada no lixo. A mulher esta internada em estado grave e o homem foi detido e conduzido para a delegacia.
“A médica indagou o esposo da mulher onde estava essa criança. A principio o homem negou a existência do bebê, mas a médica insistiu e ele confessou que estava no lixo. O homem voltou até o container e retirou o saco com a criança e levou para o hospital. Nós estamos enquadrando o homem no auto de prisão em flagrante, pois ele levou o corpo dessa criança”, acrescentou o delegado.
Testemunhas disseram à polícia que a criança estava viva quando foi jogada no lixo.
“Quando a criança estava dentro da sacola, antes de ser colocada no lixo, ela se mexeu. Houve movimento por parte dessa criança, o que nos leva a crer que realmente estava viva e isso sendo comprovado pela perícia, nós sairemos do crime de aborto que é o crime que estou imputando, para o crime de homicídio. Então é um fato gravíssimo”, relatou Eugênio.
A primeira tese, de acordo com delegado, seria de que o homem teria provocado o aborto com o consentimento da gestante.
“Se eventualmente a versão dele prevalecesse, sabendo que a esposa está gestante de quase sete meses, imaginemos que isso fosse verdade. Quando ele viu a esposa dando a luz, viu o tamanho do bebê, qual seria a primeira reação de um homem de bem? Seria chamar o socorro, pegar essa criança e correr para o hospital junto com a mãe, porém, isso não foi feito. Então de forma preliminar há indícios e que tenha havido um mau sucedido aborto”, concluiu o delegado.
A mulher está internada na UTI em estado grave devido a hemorragia por conta do aborto.