O motorista de ônibus José Aparecido dos Santos, de 56 anos, morreu nesta sexta-feira (14) vítima da covid-19. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, desde o dia 3 de agosto. É o segundo motorista do transporte coletivo da Capital a morrer de covid-19.
Pelas redes sociais, família, amigos e colegas de trabalho lamentam a morte de José Aparecido, que era conhecido como ‘Santos’. “Dói o coração, dói a alma e o corpo, mas com amor e a certeza que tive o melhor irmão do mundo, hoje digo adeus, até já. Descanse em paz, meu irmão”, postou a irmã de José, Fátima Santos no Facebook.
Segundo informações da família, o sepultamento será realizado às 16h no cemitério Bom Jesus de Cuiabá.
José Aparecido dos Santos era motorista de ônibus da capital há mais de cinco anos. Ele deixa a esposa e três filhos.
Veja a mensagem postada pela irmã no Facebook:
“Chegou a hora da nossa última despedida, meu irmão. Chegou a hora que eu não queria ter que enfrentar. Saber que não voltarei a enxergar seu sorriso, que não mais ouvirei sua voz e sentirei seu abraço, é a mais cruel das realidades.
Queria poder voltar atrás e parar o tempo quando você ainda estava aqui. Queria ter mais tempo ao seu lado, fazer e dizer tudo que não fizemos e dissemos. Queria que você não tivesse partido para sempre.
Dói o coração, dói a alma e o corpo, mas com amor e a certeza que tive o melhor irmão do mundo, hoje digo adeus, até já. Descanse em paz, meu irmão.
Lembro da última vez que nos vimos pessoalmente, eu esperava o ônibus pra voltar pra casa e Deus me deu a alegria de pegar o ônibus que você dirigia; Você falou “está andando fazendo o que na rua?” Então eu disse “só vim no banco resolver algo e comprar uns remédios”, aí você perguntou “porque não pediu pra Stephanie ou alguém pegar?” Falei que só tinha ido sozinha por causa do banco, apenas eu resolvia, mas não demorei muito. Então ele deu aquele sorriso e falou “tem que se cuidar, minha irmã”, e eu falei “tá bom se cuida também, pode deixar” e deu aquele sorriso, e ai desci e você continuou sua viagem. Já internado, nos falamos por chamada de vídeo e te perguntei “meu irmão como você está?” Então você disse “estou bem” aí eu falei “você não está mentindo, né?” Ele disse “não, estou bem, fica tranquila. Logo saio daqui”, então te mandei um beijo e você me mandou outro. E assim terminou tudo, meu irmão. Não será um adeus, mas sim um até brevê, meu irmão; A minha esperança é na manhã da ressurreição poder te abraçar novamente e dizer “meu irmão amado, agora é pra sempre, agora é a eternidade que viveremos para sempre ao lado de Jesus”. Dorme, meu irmão amado, até lá.”
