Em visita a Mato Grosso para fazer uma vistoria in loco em pontos de queimadas, na tarde desta quarta-feira (21), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou que grande parte do fogo na vegetação nos arredores de Cuiabá tem origem criminosa. A entrevista foi concedida horas após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmar que ONGs estariam por trás dos incêndios na região amazônica para prejudicar a imagem do governo.
O voo foi feito ao lado de Mauro Mendes (DEM) e da secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazaretti. Questionado sobre as declarações de Bolsonaro, o governador defendeu que se investigue a origem dos incêndios. “Seguramente é possível que tenha pessoas por trás dessas ações, porque o fogo não começa de maneira espontânea. Agora, se essas pessoas são cidadãos comuns, se são produtores, se são ligados a ONGs, é uma investigação poderá levar a esse resultado”.
O ministro também não quis apontar quem seriam os responsáveis pelos incêndios. “Em todos os pontos que vimos, alguns locais são de fogo intencional e em outros o fogo incidental. Aqui na cidade, pelo menos no perímetro urbano é de fogo colocado proposital, como foi observado também pelo governador, o que é muito ruim para saúde da cidade”, afirmou o ministro.
O Estado do Mato Grosso lidera o ranking de queimadas na Amazônia, com aproximadamente 14 mil focos de calor acumulados em todo ano, segundo levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe).
A situação em Mato Grosso é de alerta ambiental, com várias regiões do Estado registrando a temperatura de 38° nos últimos dias. O clima quente acaba favorecendo o aumento de queimadas.
O Corpo de Bombeiros já comunicou que precisa de mais apoio e vê mostrou preocupação com o bloqueio do Fundo Amazônia.