Mato Grosso é um dos estados com maior taxa de feminicídio no Brasil. Em 2019, foram 39 mulheres mortas apenas por serem mulheres. Isso significa a taxa de 2,3 para cada 100 mil. O feminicídio é o crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou em aversão ao gênero da vítima -misoginia- mas as definições variam dependendo do contexto cultural.
Liderando o ranking está o Acre, com taxa de 2,5 para cada 100 mil. Amapá e Alagoas também estão com a média de 2,5. Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal empatam com 2,1. O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. Os casos mais comuns desses assassinatos ocorrem por motivos como a separação.
O número de feminicídios em 2019 foi contabilizado entre janeiro e dezembro, englobando todas as idades e pode sofrer alteração ao longo do tempo porque a investigação do crime é complexa e a consolidação da motivação pode exigir extensão de prazo e envio posterior pelas delegacias.
O município que mais registrou casos de feminicídio no estado foi Primavera do Leste, com quatro mortes. A cidade é seguida por Sinop (3), Várzea Grande (3), Chapada dos Guimarães (2), Peixoto de Azevedo (2), Rondonópolis (2) e Sorriso (2).
Apesar da redução dos feminicídios, o número geral de homicídios aumentou. Enquanto em 2018 foram 82 casos, no ano passado foram 87 mortes. De acordo com a série histórica, Mato Grosso registrou 85 homicídios de mulheres no período de janeiro a dezembro de 2015; 91 em 2016; e 84 em 2017.