Os representantes da empresa Âmbar Energia, responsável pelo gasoduto Brasil/Bolívia, garantiram que o laudo pericial do acidente que ocorreu no dia 30 de janeiro deste ano no município de Nossa Senhora de Livramento, ficará pronto no máximo em até 90 dias, e que o abastecimento de gás volte à normalidade na próxima segunda-feira.
O anuncio foi feito ontem (4), durante reunião remota da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que contou ainda com representantes Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Corpo de Bombeiros do Estado de Mato Grosso, Secretaria da Indústria, Comércio, Minas e Energia, MT Gás, e da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt).
“Técnicos da Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado (Politec) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) estão acompanhando a investigação. Por enquanto não temos qualquer informação sobre o que motivou o acidente, e toda comunidade científica de transporte gás está envolvida para fazer a investigação bem detalhada. As condições estruturais de manutenção do gasoduto são muito boas, não tendo nenhum ponto de corrosão e as soldas estão perfeitas. O laudo deve ficar pronto no máximo em até 90 dias”, falou o representante da Âmbar Energia, Fábio Teles.
Na oportunidade, representantes da Âmbar Energia, afirmaram que os reparos para refazerem a tubulação já começaram há alguns dias, e que o abastecimento de gás voltará na próxima segunda-feira (08).
Conforme o presidente da Comissão, deputado Carlos Avallone (PSDB), o acidente de grandes proporções deixou muitas dúvidas para a população mato-grossense. Para o parlamentar, a empresa Âmbar Energia precisa esclarecer aos mato-grossenses as garantias e segurança para que o problema não aconteça novamente.
“Nós não nos preocupamos até agora com a questão de achar que podia ter um tipo de insegurança. Isso já estava há 20 anos sem nenhum índice de acidente. A partir desse acidente, houve uma insegurança por parte da população e nós precisamos avaliar os impactos pra que possamos ter garantia que isso não mais ocorra”, acredita ele.
“Com o acidente, criou-se uma expectativa negativa para as indústrias que pretendem utilizar o produto nos próximos anos. Então nós precisamos entender para que a gente mostre ou não que isso é fundamental para o Estado e que temos segurança no gasoduto”, disse o deputado.
A explosão aconteceu numa área da fazenda Bom Jardim, localizada no município de Nossa Senhora do Livramento, e o representante da Âmbar garantiu que foram tomados todos os procedimentos de cautela e segurança após o acidente.
“As válvulas de segurança de número 25 e 26 foram acionadas automaticamente após a explosão. Mas, como a cada 30 quilômetros a tubulação possui uma válvula de segurança, é claro que após o fechamento o gás que estava na tubulação ainda ficou saindo. O rompimento afetou dez metros de tubulação que ficou totalmente deteriorada”, apontou ele.
Explosão – O acidente abriu um buraco de 150 metros quadrados e 5 metros de profundidade. Em território brasileiro, o gasoduto passa pelos municípios de Cáceres, Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande e Cuiabá. No total, o gasoduto Mato Grosso tem 645 quilômetros de extensão, sendo 362 quilômetros em território boliviano e 283 quilômetros em território brasileiro.
A implantação do gasoduto é tida como de extrema importância para o setor energético do Brasil, promovendo um incremento na disponibilidade de gás natural no mercado nacional. A via de circulação do gás é de responsabilidade, aqui no Brasil, da Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil-Bolívia S/A (TBG).
Nota de esclarecimento
A TBG esclarece que o gasoduto onde foi registrado um vazamento no último sábado (30/01), em Nossa Senhora do Livramento (MT), não é de sua propriedade.
O gasoduto em questão, também vem da Bolívia, mas abastece uma termelétrica em Cuiabá e se chama Gasoduto Bolívia-Mato Grosso e não Gasoduto Brasil-Bolívia, como foi veiculado.
O Gasoduto Brasil-Bolívia, que pertence à TBG, fica a 200 quilômetros de distância do Gasoduto Bolívia-Mato Grosso, onde ocorreu o vazamento.