Duas elefantas, mãe e filha, se preparam para se mudar do Ecoparque de Mendonza, na Argentina, para o Santuário dos Elefantes, em Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. Pocha (mãe) e Guillermina (filha) viviam em cativeiro e agora recebem os cuidados necessários para serem transferidas.
As treinadoras Chrissy e Karissa, que moram nos Estados Unidos, passaram um período da quarentena na Argentina para preparar as elefantas para a viagem. No início deste mês, as instrutoras voltaram para a casa, mas seguem acompanhando a situação à distância.
“Depois que sua equipe conseguir concluir o restante dos requisitos de quarentena para Pocha e Guillermina, eles podem se concentrar mais no treinamento e na separação nas caixas de transporte. Ambas as elefantas já completaram alguns dos testes e tratamentos necessários”, informou o Santuário.
De acordo com a equipe da instituição, ainda há itens na lista que precisam ser concluídos, no entanto, os profissionais já criaram um “plano sólido para resolver o que falta fazer”.
“Pocha e Guillermina estão seguras e sendo bem cuidadas. Continuamos em contato com o Ecoparque, recebendo atualizações sobre Pocha e Guillermina e os procedimentos para seguir em frente”, explicou.
O Santuário prevê a transferência ainda neste ano, no entanto, não há uma data definida. Enquanto isso, os animais permanecerão na Argentina até que a equipe possa garantir que conseguirá transportar as caixas com os elefantes com segurança para o Brasil.
“Por mais que queiramos que as duas elefantas vejam o Santuário, apressar sua quarentena e transporte poderia causar mais traumas – que é exatamente o que queremos ajudá-las a curar”, disse.
Pocha criou a filha Guillermina em um recinto de 150 metros, sem árvores, grama ou lagoas.
“Guillermina tem 22 anos e ainda está com a mãe. Isso é natural para elefantes selvagens, mas raro para os elefantes em cativeiro. Quando elas chegarem ao Santuário de Elefantes no Brasil, seu relacionamento provavelmente crescerá e mudará; não sabemos como Guillermina reagirá a outros elefantes, mas – não importa o que aconteça – ela terá sua mãe ao seu lado”, pontuou.
O pai
O pai de Guillermina também deve ser transferido para o Santuário. Tamy, de 50 anos, também vive no Ecoparque, mas em uma área isolada. Ele também está sendo preparado para a viagem.
O animal asiático trabalhou durante 10 anos em circos.
Construção do novo habitat
Para a transferência da família de elefantes, o Santuário está realizando uma campanha para construir um habitat adequado para abrigar os animais.
A meta é arrecadar R$ 1,7 milhão. Até agora foram doados pouco mais de R$ 712 mil.
O dinheiro para a campanha será investido em três centros médicos e três recintos para comportar três elefantes asiáticos. Até o momento, houve 58 doações e a meta é de mais de R$1 milhão e 500 mil.
Moradores do Santuário
Desde 2016, o Santuário resgata elefantes que estão em cativeiro e em situações de risco. Sendo o primeiro da América Latina, ele oferece apoio, espaço e cuidados aos animais que foram mal tratados.
O Santuário é dividido em quatro espaços: um habitat para fêmeas asiáticas, outro para fêmeas africanas, um para machos asiáticos e outro para machos africanos. Até agora só foram resgatadas elefantes fêmeas asiáticas que são a Maia, Rana, Lady, Mara, Bambi, Guida e Ramba.
Em 2016, chegaram as duas primeiras elefantes fêmeas, Maia e Guida. Em 2018, chegou a vez de Rana e em 2019, Ramba e Lady.
Das cinco elefantas trazidas para o Santuário, duas morreram no ano passado. Guida, uma das primeiras moradoras do primeiro Santuário de Elefantes da América Latina, morreu em junho e Ramba, em dezembro, dois meses depois de chegar ao local.
Durante a pandemia, o Santuário fez o transporte de Mara e Bambi.
Quatro novos integrantes do EcoParque, na Argentina, aguardam o transporte para o novo espaço: Pocha, Guilhermina, Kenya e o elefante Tamy.