O final de semana em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, foi marcado por dois atentados contra um advogado e sua família, gerando grande preocupação na comunidade jurídica e local. Na sexta-feira, o escritório de advocacia de Marco Antonio Mendes foi alvo de disparos, e no domingo, a residência do advogado também sofreu ataques. A rápida resposta das forças de segurança levou à prisão de suspeitos e à apreensão de drogas e dinheiro, mas as investigações continuam para esclarecer totalmente a motivação por trás dos crimes.
O Tenente-Coronel Secchi, comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar, detalhou as operações realizadas. “Assim que soubemos dos disparos contra o escritório de advocacia, iniciamos diligências imediatas com apoio da Cavalaria e da Polícia Civil. Na sexta-feira, já conseguimos apreender R$ 6.700 em dinheiro e aproximadamente 3,2 quilos de maconha. Um dos suspeitos detidos confessou ter participado do ataque ao escritório, afirmando que estava na motocicleta e fez os disparos”, explicou o comandante.
Secchi continuou relatando que, no domingo, novas ações policiais culminaram na detenção de três indivíduos em uma casa no bairro Fuji. “Encontramos roupas que coincidiam com as usadas pelos autores dos disparos, confirmando a participação deles nos atentados. Nossa prioridade agora é localizar a arma usada nos crimes e identificar todos os envolvidos.”
O delegado João Antonio Borges, responsável pelas investigações, destacou o trabalho conjunto das forças de segurança. “A integração entre a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Guarda Municipal, com o apoio da Secretaria de Segurança Pública, tem sido fundamental para avançarmos rapidamente. Nosso objetivo é garantir que todos os envolvidos sejam identificados e responsabilizados”, citou, adiantando que os atentados não têm ligação com o pleito eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil.
A autoridade policial foi questionada sobre a motivação dos atentados sofridos pelo advogado. João Antonio informou que as investigações são sigilosas e que espera, em breve, esclarecer o crime. O delegado adiantou que os autores dos disparos têm envolvimento com facções criminosas. “As pessoas que efetuaram os disparos no escritório e na residência do advogado estão diretamente ligadas à facção criminosa”, explicou, negando que o advogado tenha feito algum tipo de defesa a membros de facção.
A presidente da 21ª Subseção da OAB, Danusa Oneda, se solidarizou com os advogados vítimas dos atentados e reafirmou o compromisso da Ordem em defender as prerrogativas da classe. “Nenhuma prerrogativa a menos. Nós, como advogados, temos o direito à segurança garantida. Desde o primeiro momento em que fomos informados, tomamos todas as providências possíveis, inclusive mantendo contato direto com as forças de segurança e a Secretaria de Segurança Pública”, afirmou.
Oneda também elogiou a atuação rápida e eficiente das autoridades. “Em menos de 24 horas, já houve uma resposta importante com prisões e apreensões. Isso mostra a seriedade com que o caso está sendo tratado. A advocacia não pode ser intimidada. Nossa presidente estadual, Gisela, já protocolou junto ao Conselho Federal um pedido para um plano de ação específico para a segurança da classe.”
A presidente concluiu ressaltando a importância de levar a questão para instâncias superiores. “O caso de Lucas do Rio Verde não é isolado. Infelizmente, situações semelhantes têm ocorrido em outros estados, e precisamos de uma resposta coordenada em nível nacional. A OAB continuará atenta, trabalhando junto às autoridades para garantir que todos os direitos da advocacia e da sociedade sejam preservados.”