Um estudo para analisar a qualidade da rede cicloviária de Lucas do Rio Verde foi realizado no último sábado (31), pela Secretaria de Planejamento e Cidade. Urbanistas da pasta percorreram de bicicletas cerca de 47 quilômetros, sendo 37,53 de ciclovia e 10,44 de ciclofaixas.
De acordo com a Secretaria, o trabalho foi feito com base no método “bike through”, em que os servidores vivenciaram a experiência de um ciclista que trafega pela via. Foram identificadas as principais qualidades e problemáticas, de modo a registrar as informações e interagir com o ambiente.
O estudo utilizou o Índice de Avaliação da Qualidade de Infraestruturas Cicloviárias – QualIciclo, desenvolvido por pesquisadores e publicado na Revista Brasileira de Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná.
O índice leva em consideração quatro categorias: sinalização, segurança, ambiente e cicloestrutura. Em cada categoria, são avaliados indicadores como: tipo do pavimento, largura padrão, iluminação,
sombreamento e outras.
O secretário de Planejamento e Cidade, Welligton Souto, pontua os benefícios de um estudo como esse ser realizado e as melhorias futuras para a população.
“O trabalho dos servidores é fundamental para compreender e articular as experiências e percepções dos ciclistas sobre o ambiente urbano em que circulam. Valorizar o ciclismo é garantir uma cidade mais sustentável, como parte de uma agenda de saúde e qualidade de vida”, destacou Wellington.
Referência e melhorias
Lucas tem forte potencial quanto ao uso de bicicletas como modal de transporte, considerando que possui em sua malha urbana uma extensão de 47,97 km de rede cicloviária. Em comparativo feito pela pasta com outras grandes cidades, o município luverdense é destaque.
Florianópolis (SC), por exemplo, possui 41 quilômetros de vias exclusivas para os ciclistas, enquanto Porto Alegre (RS) conta com 44,6 km e a capital Cuiabá com 39,9 km, segundo dados da ORG Mobilize Brasil levantados pela Secretaria de Planejamento e Cidade.
Como pontos passíveis de melhorias, os técnicos identificaram a necessidade de mais conectividade do design urbano, isto é, fazer com que a rede cicloviária se integre com outros modais, como o transporte coletivo público.
Os especialistas apontaram algumas intervenções a serem feitas na infraestrutura urbana da malha, como recuperação de pavimentos e iluminação. As propostas para futuros projetos à serem desenvolvidos foram encaminhadas às pastas responsáveis.
O estudo foi realizado pelos urbanistas Danilo Messias e Isabela Vinhal e o analista Welder Maciel.
Os resultados da pesquisa realizada em Lucas do Rio Verde também fazem parte do Trabalho de Conclusão de Curso dos servidores, no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano – PPGDURB do IFMT, campus Várzea Grande.