Lucas do Rio Verde foi uma das 9 cidades participantes da Audiência Pública realizada nesta segunda-feira (13) sobre o projeto da Ferrovia de Integração Estadual. As outras 8 cidades também estão envolvidas no projeto que prevê a ligação de Rondonópolis com Lucas do Rio Verde.
A Audiência Pública serviu para apresentar e discutir o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do projeto da Ferrovia. A realização do evento feito pela empresa Rumo Logística é uma etapa de consulta à sociedade necessária para o licenciamento ambiental da obra.
O estudo e relatório indicam que nove cidades impactadas pelo projeto. Além de Lucas do Rio Verde, Campo Verde, Santa Rita do Trivelato, Planalto da Serra, Jaciara, Nova Mutum, Rondonópolis e Primavera do Leste estão envolvidas no projeto.
Preparar o município
O prefeito de Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz, o projeto deve chegar a Lucas em até 7 anos. Com isso, é possível preparar o município neste prazo. “Nós estamos justamente fazendo o planejamento para preparar a cidade para esse grande investimento”, disse. “O que é preparar a cidade? É olhar para a ligação ou pra conexão da cidade com esse projeto ferroviário, com o terminal ferroviário que não está definido ainda o local onde vai ser. Mas, tão logo seja definido, o município vai fazer as ações pra interligar isso com uma rodovia pra preparar os os as pessoas pra aproveitarem as oportunidades que a ferrovia vai trazer pra cá desde a sua construção até depois no momento da sua operação”, explicou.
Vaz adiantou que tem tratado esse aspecto dentro das secretarias, em especial com a secretaria de Cidade. Há ainda o acompanhamento de uma consultoria especifica. “Para que a gente tenha um Plano Diretor voltado pra essa pra esse grande projeto, envolvendo vários aspectos e a e observando as oportunidades que temos pras pessoas”, disse.
ZPE
Uma das possibilidades com a vinda da ferrovia é a criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Segundo o prefeito, serão vários serviços de despacho de cargas que sairão de Lucas do Rio Verde para portos. “Haverá uma gama de serviços aí e oportunidades pra população. É por isso que temos que trabalhar forte também na qualificação”, destacou.
Alternativa importante
Presente a audiência, o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde mostrou otimismo com o andamento do projeto. Antonio Lira observa que a ferrovia é uma importante alternativa para o setor produtivo. Ele lembra que, atualmente, o escoamento da produção da região médio norte é feita por meio de praticamente uma rodovia, a BR 163.
“Nós temos um problema de uma rodovia que já está praticamente dilacerada, não está aguentando, suportando o peso do transporte, da nossa produção aqui da região. Além de tudo isso, os fretes serem mais caros”, avaliou.
Em relação a uma preocupação corrente no setor rodoviário, de que vai diminuir a carga de fretes, Lira argumentou que o impacto não deverá ser muito forte neste segmento. “O caminhoneiro, em vez de faltar frete, ele vai ser beneficiado. Porque ele, ele vai ter toda a região em volta aqui que ele vai ter que trazer a produção para o terminal de Lucas do Rio Verde. Ele vai ter um frete mais curto, um frete até mais bem remunerado com certeza”, assinalou.
Diagnóstico
Os estudos ambientais têm como objetivo fazer o diagnóstico da área afetada pela obra e possibilitar a avaliação correta dos impactos ambientais. Eles também servem para propor medidas de monitoramento, controle e mitigação de impactos.
O traçado da ferrovia priorizou locais que reduzissem o impacto em áreas de conservação ambiental e em áreas urbanizadas. Também foram analisados os aspectos construtivos, de eficiência energética e segurança operacional.
O projeto completo da Ferrovia de Integração Estadual prevê um corredor logístico que ligará os municípios de Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Cuiabá por meio de uma ferrovia. O investimento previsto é de R$ 12 bilhões.