Lucas do Rio Verde inicia vacinação de crianças contra Covid. Primeiros vacinados falam em retomar laços sociais

Pequeno Miguel falou em viajar, enquanto Davi Germano pensa voltar a frequentar a escola

Fonte: CenárioMT

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Foto: CenárioMT

Começou hoje (20) a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 de Lucas do Rio Verde. Estão sendo aplicadas doses da vacina pediátrica produzida pela farmacêutica Pfizer. Neste primeiro momento, a vacinação será feita sob agendamento em dois PSFs: nos bairros Primavera e Parque das Américas.

Os primeiros vacinados no bairro Primavera ficaram emocionados. O primeiro foi Miguel Dias Jaques, de 9 anos. Ele nasceu com hidrocefalia e necessita de cuidados médicos. Vestido com uma camisa de super herói, o garoto encarou com naturalidade a aplicação da vacina. Depois de receber a primeira dose, posou para a imprensa com o Certificado de Coragem. Em poucas palavras disse que pretende viajar.

A mãe de Miguel, Cláudia Dias, disse que a família aguardava ansiosa pelo início da vacinação. Afinal, a pandemia trouxe mudanças na rotina das pessoas. O pequeno Miguel acabou privado de diversas atividades. Com a imunização, a rotina deve ser retomada. E isso tem um significado especial. “Significa tudo, saúde, imensa alegria dele poder voltar pra escola, fazer as coisinhas dele, as terapias que ele faz. E a gente estava muito ansiosa mesmo, porque representa tudo”, celebrou. “Ele estava sendo privado de ir até ao passeio no parquinho. Ficava só em casa no pátio, no quintal mesmo e agora ele vai poder sair, dar passeio e fazer o que ele gosta, jogar bola na frente de casa. É muita alegria mesmo”, emendou.

Frequentar a escola

Outra mãe que levou o pequeno pra vacinar foi Carla Graziela Hartmann. Professora de formação, ela conta que a família aguardava com ansiedade vacinar o pequeno Davi Germano Hartmann que tem atrofia muscular espinhal.

“A vida precisa continuar pra ele, né. A vida dele ficou parada desde o início da pandemia. Ele é uma criança com uma deficiência rara e ele necessita de terapias diárias. Com o início da pandemia ele não pôde mais frequentar a clínica, a escola, que é um fator fundamental pra criança”, relata.

Carla ressaltou que os integrantes da família foram todos vacinados conforme o plano de imunização desenvolvido pelo município. Como o pequeno Davi não estava vacinado, a família acabava enfrentando muitas restrições pra sair.

“E daqui pra frente é gratidão, muito amor não só pra ele, mas ao próximo e a família sem dúvidas. Estamos muito felizes porque é uma conquista. A ciência avança e hoje a gente tem que comemorar”, ressaltou a professora.

Davi Germano, que usa cadeira de rodas para se deslocar, já tem planos para os próximos dias. “Depois da vacina eu vou brincar na praça com meu primo. E também eu vou pra escola, porque nunca mais fui depois dessa pandemia. Eu só ia na escola pra fazer as provas, mas praticamente nem tinha todos os meus amigos lá (na aplicação das provas) daí eu ficava triste”, revelou.

“Tragam seus filhos vacinar. Se não acreditam na vacina tenham fé, porque hoje a gente não tem outra saída. Nós precisamos acreditar na ciência. Porque tudo gira em torno da ciência. Meu filho tem uma possui uma doença rara, que era impossível, não existe cura, mas hoje existe um medicamento que pode dar mais qualidade de vida pra ele. Então eu acredito na ciência, eu acredito nas vacinas”, ressaltou.

Agendamento

Neste primeiro momento, serão vacinadas as crianças que possuem algum tipo de comorbidade ou deficiência. A intenção é atender os grupos prioritários e avançar na faixa etária desse público, que vai de 5 a 11 anos de idade.

A coordenadora municipal da Vigilância em Saúde, enfermeira Claudia Engelmann, ressalta que as vacinas têm o objetivo de proteger os indivíduos das formas graves das doenças, como o coronavírus. “Temos visto o impacto importante da vacinação na população, na questão de redução de gravidades, internações e óbitos. As crianças elas também adquirem o coronavírus, elas podem transmitir e nós sabemos que há complicações importantes, apesar da gente não viver muito isso no dia a dia”, reforça.

Com o início do ano letivo, a imunização das crianças ganha importância. Segundo a coordenadora, essa condição dá mais segurança, principalmente aos pais das crianças. “Os pais se sentem mais seguros, a criança vacinada dá mais segurança e a gente fica mais tranquilo com o retorno às aulas também. Apesar de todos os cuidados, a vacina ela vem contribuir pra melhora desse quadro que estamos no país”, declarou.

Lucas do Rio Verde tem 7.638 crianças com idades entre 5 a 11 anos para vacinar contra a Covid-19.

Observação

Como ocorreu com adultos, as vacinas podem provocar algumas reações, como dor no local onde o imunizante foi aplicado. Por isso, o Ministério da Saúde orientou os municípios a criarem um ambiente para que as crianças permaneçam em observação por um pequeno período após serem vacinadas.

“Então a gente solicita aos pais que aguardem um pouco após a aplicação. Por ser vacina nova, pra dar mais segurança aos pais, assim como demais vacinas, ela pode causar algumas reações comuns. Dor no local da aplicação, febre, uma sensação de mal-estar no corpo que são esperados mesmo que é a reação da vacina”, explica Cláudia, assinalando que cerca de 20 minutos a criança e os pais ou responsáveis são liberados.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.