Depois de muitos anos vacinando o rebanho bovino contra a aftosa, os pecuaristas de Mato Grosso conseguiram alcançar o status de livre da doença sem a necessidade de vacinação. Porém, para manter esse status, é necessário aumentar a vigilância sanitária. Por isso, o Indea (Instituto de Defesa Agropecuária) faz uma orientação aos produtores rurais.
Apesar de não precisar vacinar o rebanho, o produtor deve seguir fazendo a atualização do número de animais presentes em sua propriedade rural. Essa comunicação deve ser feita nos meses de maio e novembro, quando ocorria o período de vacinação.
O médico veterinário e fiscal do Indea-MT em Lucas do Rio Verde, Clodomiro Reverdito, diz que o produtor pode vir ao escritório ou usar o módulo do produtor, o sistema online disponibilizado no site do governo do Estado. Essa comunicação deve ser feita entre os dias 1º a 31 de maio. “Ele precisa informar os nascimentos, o que tem de macho, fêmea, se porventura teve alguma morte, algumas propriedades usam para consumo próprio, ou morte acidental, enfim. É importante atualizar o rebanho para saber o que ele tem no pasto, na propriedade dele. Fazendo essa atualização no mês de maio, a propriedade dele está apta a continuar fazendo movimentações, venda, compra, e ele estará de acordo com a norma pedida pelo Indea”, explica.
Atualização
Essa comunicação é necessária para o rebanho de gado e de outras espécies que tenha propriedade, como suínos, aves, como ganso, pato, entre outros criados para subsistência. Proprietários de granjas de aves e suínos têm acompanhamento técnico e fazem essa comunicação nos meses de referência, em maio e novembro.
“O produtor que está pensando: ‘agora paramos de vacinar contra aftosa, estou tranquilo’. Não, o produtor deve manter as campanhas de informação de saldo, precisar informar esse saldo semestralmente no Indea. Importantíssimo que ele cumpra dentro do mês pra não vir a ser punido com alguma ação pecuniária”, alertou Reverdito.
A multa prevista para quem não comunicar sobre a atualização de estoque é de 27 UPF’s ou cerca de R$ 6 mil.
Vigilância
Como a partir deste ano o rebanho bovino não tem a proteção da vacina, o que aumenta a necessidade de ampliar a vigilância e evitar focos de aftosa. Clodomiro explica que o produtor é o principal aliado do Indea para conseguir manter o status de livre da aftosa sem vacinação. Na lida com o rebanho, o produtor percebe quando há alguma situação que precise da ação dos fiscais.
“Como não temos mais a vacina, temos de ser mais vigilantes”, reforça o médico veterinário.
Com a atualização cadastral, os técnicos do Indea consegue definir ações rápidas conforme a necessidade de momento, atuando de modo a realidade de campo. Com base nos dados repassados pelo produtor é possível definir a estrutura que será utilizada para essa atuação. “Pra tudo isso é necessário ter essas informações atualizada, pra que o Estado tenha uma forma de garantir e certificar que nossa produção está apta a acessar mercados exteriores, que a gente possa buscar os melhores nichos de mercado, para que tenha a valorização rural nossa”, ressalta.
Lucas do Rio Verde
O volume do rebanho bovino presente em Lucas do Rio Verde é pequeno se comparado a outras regiões, como Juara ou Pontes e Lacerda. Com extensão territorial pequena, o município tem produtores com criação de gado em outras cidades. Apesar disso, Lucas do Rio Verde conta com animais para engorda, o que representa um ciclo curto. A estimativa é que o município tenha em média 60 mil cabeças de gado.
“Não é muito, se comparar com outros municípios, que tem animais de cria, com muitas vacas e bezerros, tem um volume maior. Porém, tem muita rotatividade de animais em Lucas do Rio Verde”, explicou Reverdito, citando que a vigilância permanece a mesma de regiões com maior volume. “O produtor que tem uma cabeça de gado é tão importante quanto o que tem 10 mil cabeças, ele impacta da mesma forma”.